A vítima, que se declara homossexual, disse que era alvo constante de preconceito praticado por um segurança da empresa
A polícia e o sobrinho do amigo do governador
É bem a cara do Brasil. Mas não só. Como regra geral, as polícias só são valentes para pretos, pobres, favelados e putas.
Editor | Um garoto de uns vinte anos foi apanhado pela PM ao tentar tomar um celular de uma senhora. Pardo, olhos claros e falante, o rapaz disse ao policial que era sobrinho de um amigo do governador. A frase soou mágica. E como uma ordem. O tira que engravatava o jovem suavizou rapidamente a abordagem, mas disse que teria de levá-lo à delegacia.
— Delegacia? O senhor está é louco? Meu tio e o governador não o perdoarão por tamanha imprudência.
— É nossa obrigação, disse mansamente o policial.
— Obrigação? Obrigação você verá quando meu tio e o governador souberem disso que você ameaça fazer. Olhe, garanto que nunca mais receberá uma promoção. E para ser demitido, bastará soltar um peido no quartel. Será considerado grave indisciplina e forte desrespeito aos comandantes indicados pelo amigo de meu tio — que já avisei quem é.
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Tal conversa era assistida passivamente por outros dois policiais que participavam da operação. Um deles chamou os colegas, cochicharam por alguns segundos e decidiram liberar o rapaz.
— Vá para casa e crie juízo, menino —, disseram quase em uníssono ao entrarem correndo na viatura.
Descobriu-se depois que o garoto não era sobrinho de amigo de governador nenhum. Provavelmente, gargalha até hoje do ocorrido.
É bem a cara do Brasil. Mas não só. Como regra geral, as polícias só são valentes para pretos, pobres, favelados e putas. Vide aí mais um escândalo internacional que envolve tiras norte-americanos assassinando covardemente um negro.
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João R P Landim Nt
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