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Avaliação online de servidor abre espaços para assédio, diz diretor técnico do Dieese
Imagine um aluno ou seus familiares avaliando um professor com quem tenham tido algum desentendimento. A tendência é a nota ser ruim, pois a questão subjetiva pode se spbrepor no processo em si.
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Economia | Em entrevista para o Jornal Brasil Atual (3), Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, falou dos pontos principais do relatório entregue pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA) na Comissão Especial da Reforma Administrativa (Pec 32).
Fausto afirma que o relatório de Maia manteve os princípios de privatização, terceirização e mercantilização de direitos, que, para ele, são o espírito dessa Reforma Administrativa, ao manter o artigo 37-A. Continua, após o anúncio.
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Estabilidade
Fausto acredita que a manutenção da estabilidade para os servidores públicos é relativa, já que se expandiu muito a ideia dos contratos temporários que se dão por meio de seleção simplificada. Além disso, dá-se um grande peso à avaliação de desempenho como instrumento para acelerar processos de demissão. Também mantém-se a possibilidade de o Executivo eliminar cargos que considerar obsoletos, inclusive com fins de privatização.
Avaliação online
Fausto considera que o núcleo da reforma enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso não foi mexido, apenas "maquiado". Para ele, a proposta de que os cidadãos avaliem o serviço por meio de plataforma online mostra extremo desconhecimento de como funciona o serviço público e abre espaço para uma série de possíveis formas de assédio. Continua, após o anúncio.
(...)
Para Fausto, a ideia de participação pela internet não faz sentido como está no relatório porque coloca o indivíduo acima do coletivo. "Temos um exemplo recente, o da vacina. Imagina um 'sommelier' de vacina avaliando uma UBS ou um servidor da saúde. Ele vai dar nota ruim porque o seu interesse foi quebrado, e não por causa do interesse coletivo."
(Aproveitamos aqui para fazer um parêntese na fala do diretor técnico do Dieese, para abordar uma outra situação parecida que também poderá ocorrer. Imagine um aluno ou seus familiares avaliando um professor com quem tenham tido algum desentendimento. A tendência é a nota não ser boa, pois a questão subjetiva certamente se sobreporá nesse processo em si.)
Fausto lembra — por fim — que o relatório [de Arthur Maia] ainda pode ser modificado para pior (lembrando do "jabuti" que afetava a autonomia da PF) e conclama a sociedade civil a pressionar os parlamentares nessas duas semanas que antecedem a votação do texto na Comissão Especial da Câmara.
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