Cientista da USP mapeou o governo Bolsonaro e concluiu que ele adotou estratégia de propagação do vírus

23/01/2021

Vários outros cientistas e médicos também responsabilizam o governo federal por mortes em virtude da Covid. O epidemiologista Pedro Hallal disse que, se o Brasil tivesse tido um desempenho apenas "mediano" no combate ao vírus, mais de 150 mil vidas teriam sido salvas. Não é só caso para impeachment. É motivo para prisão.

Publicidade

Presidente Bolsonaro sem máscara e promovendo aglomeração na Ceagesp, São Paulo. Foto/UOL/Reprodução
Presidente Bolsonaro sem máscara e promovendo aglomeração na Ceagesp, São Paulo. Foto/UOL/Reprodução

Saúde | Segundo matéria do Globo (23), "a sanitarista Deisy Ventura, da USP, liderou um projeto para mapear todas as medidas normativas do governo Bolsonaro, além de atos de propaganda e atos de contestação a outros entes da república que buscavam combater a Covid-19."

Conclusões da sanitarista e sua coautora Rossana Reis, também de acordo com a matéria do Globo: não houve incompetência por parte do governo Bolsonaro no combate à Covid-19. O que houve foi "o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional, declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo."

Vários outros cientistas e médicos também responsabilizam o governo federal por mortes em virtude da Covid-19, conforme veremos após o anúncio. Isto não é só motivo para impeachment imediato. É motivo para prisão.

Os crimes contra a vida

Diz também O Globo: 

"Entre medidas nocivas tomadas pelo governo federal apontadas pela pesquisadora [Deisy Ventura] estão aquelas que buscaram dificultar a implementação do distanciamento social, apregoar o uso de drogas sem comprovação científica e omissões na coordenação nacional para organizar o combate à pandemia e prover recursos. Só os atos normativos contrários a recomendação de entes técnicos foram 21 compilados até agora." Continua, após o anúncio.

Mais de 150 mil mortes poderiam ter sido evitadas

Vários outros médicos e cientistas também responsabilizam o governo Bolsonaro pela tragédia das mortes por Covid-19 no Brasil. "O epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas, que coordena pesquisa nacional sobre prevalência da Covid-19, disse que, se o Brasil tivesse tido um desempenho apenas "mediano" no combate ao vírus, mais de 150 mil vidas teriam sido salvas", informa também O Globo.

*O Brasil e a vacina contra a Covid-19

População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias. 

Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.

Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.

Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões.

O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.

O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo. O presidente Bolsonaro não viabilizou uma gota sequer da vacina até o momento. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.

*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.

COMPARTILHE

Ajude com uma pequena doação de qualquer valor. Temos custos a pagar todos os meses e, para manter nossas publicações, precisamos de seu apoio. Se não quiser ou não puder doar, continue a nos acessar do mesmo jeito. Gratos.

Curta nossa página e receba atualizações sobre este e outros temas!

Mais recentes...

Anuário do Todos pela Educação mostra que, embora tenha crescido, rendimento médio mensal dos profissionais do magistério da Educação Básica das redes públicas, com Ensino Superior, é 14% menor que o rendimento de outros profissionais assalariados com o mesmo nível de escolaridade