O fato concreto é que a elite militar brasileira sempre teve o entendimento tosco de que ela é quem deve governar o País
Com calote no magistério, Bolsonaro gastará no NE perto de R$ 40 bi no programa "Auxílio Brasil" em 2022
24/10/2021
Novo programa substitui de forma tosca e fraudulenta o Bolsa Família e tem a clara finalidade de elevar a popularidade de Jair Bolsonaro na região em que o presidente é mais rejeitado.
De olho nas eleições do próximo ano, Bolsonaro intensifica campanhas eleitoreiras com o dinheiro alheio. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil.
Política | O Globo estampa neste domingo (24) manchete onde diz: "Quase metade do orçamento do 'Auxílio Brasil' vai para o Nordeste, crucial para o plano de reeleição de Bolsonaro".
Eleições
Valor a ser gasto nesse programa eleitoreiro em 2022 na região onde o presidente é mais rejeitado é de R$ 36,6 bilhões. Segundo o capitão avalia, tal iniciativa poderá lhe trazer bons resultados eleitorais no pleito do próximo ano, quando pretende disputar a reeleição.
Campanha com dinheiro dos professores
Grande parte desses quase R$ 40 bilhões que o presidente Jair Bolsonaro quer torrar no próximo ano no "Auxílio Brasil" deve sair do calote que o governo quer dar no magistério e em outras dívidas da União.
Dinheiro — R$ 54 bi — dos precatórios do antigo Fundef que, por direito, é para indenizar professores e outros profissionais da educação, presidente quer usar para tentar se reeleger. Continua, após o anúncio.
Programa turbinado
O "Auxílio Brasil" financiado com dinheiro dos professores e de outras dívidas da União será turbinado. O valor será de R$ 400, mais do dobro do Bolsa Família. E o número de famílias beneficiadas passará de 14,6 milhões para 17 milhões.
Mais fácil
Assim, com dinheiro da educação, fica mais fácil turbinar programa social em ano de eleições. Resta aos que poderão ficar no prejuízo por conta de tal política — pessoal do magistério e outros credores de precatório da União, denunciar a farsa e lutar para que o capitão não seja reeleito.
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Vinicius Torres Freire foi secretário de Redação da Folha de S.Paulo, e é mestre em administração pública pela Universidade Harvard (EUA)
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