ENTREVISTA | Para o principal ministro de Temer, povo rejeita "posição populista" e quer mesmo é mais proteção aos ricos!
DA REDAÇÃO | Em entrevista à Folha de S.Paulo (22), o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) soltou algumas pérolas e disse quase de forma direta que os trabalhadores rejeitam Lula, aceitam perder direitos com as reformas e querem mesmo é um governo que dê mais proteção aos ricos. Meirelles, filiado ao PSD, é o principal assessor de Michel Temer e um dos cotados para concorrer em 2018 como representante dos golpistas.
Veja nas entrelinhas alguns trechos da entrevista à Folha:
Folha: Acha que pauta reformista [fim da CLT e extinção da aposentadoria] terá apelo eleitoral [boa aceitação] em 2018?
- Meirelles: Acredito que sim. A posição populista [governos Lula e Dilma] já foi suficientemente testada e deu resultado negativo. A população está alerta para isso.
Nesse trecho, não é preciso nem ser bom entendedor para entender que Henrique Meirelles quer a consolidação do fim de direitos dos trabalhadores. Para tanto, chama o povo de otário, ao dizer, cinicamente, que é a própria população que está alerta para evitar que a "posição populista" [lulismo] volte ao poder. Ou seja, para o ministro, é o povo quem quer se ferrar.
Folha: Qual a sua opinião sobre o aumento do Imposto de Renda para os mais ricos, que chegou a ser cogitado pelo governo?
- Meirelles: Era uma proposta que não era adequada para o momento. A percepção da sociedade é de que já estamos no limite.
Folha: Mas poucos seriam atingidos.
- Meirelles: É verdade, mas o fato concreto é que a reação a aumentos de impostos é generalizada. Houve uma sinalização clara de que não é o momento de pensarmos nisso antes de cortar despesas, o que estamos fazendo, e explorar fontes de receita extraordinárias, como concessões e privatizações.
Nessas duas respostas, Meirelles conseguiu se superar. Ele diz que o povo (sociedade) é contra aumentar impostos para os ricos porque, antes, a população quer mais cortes de despesas (como estão fazendo na Saúde e Educação, por exemplo), e a venda do patrimônio público através de concessões e privatizações. Para o ministro, são os próprio trabalhadores que aceitam mais arrocho para proteger a parcela minoritária rica do País.
Cara de pau? Não. Canalha mesmo.