Ciro desinforma em newsletter sobre precatórios antecipados pelo governo Lula

10/03/2024

Até que o velho e ressentido coronel apresente provas concretas, a nova newsletter dele está mais para fake news.


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Domingo, às 06:55

O editor do Dever de Classe, professor Landim Neto, teve acesso à newsletter paga, só para assinantes, que o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) lançou neste domingo (10), através da plataforma de cursos Hotmart Club. A "aula" foi sobre um suposto esquema de corrupção que envolveria R$ 93 bilhões em precatórios devidos pelo Governo Federal e que Lula (PT) liberou no final de 2023. No entanto, até que o velho e ressentido coronel apresente provas concretas de sua denúncia escandalosamente vazia, sua nova newsletter está mais para fake news.

Entenda melhor a questão, após o anúncio.

Ex-presidenciável Ciro Gomes. Foto/reprodução. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.
Ex-presidenciável Ciro Gomes. Foto/reprodução. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

A denúncia sem provas do velho coronel

Ciro Gomes afirma no vídeo de sua "aula", expressando um certo nervosismo, insegurança e seu costumeiro ódio, que Lula (PT) teria passado "informações privilegiadas" para bancos sobre precatórios que deveriam ter sido pagos em 2022 e que o ex-presidente Jair Bolsonaro deu calote, através da Emenda Constitucional 114, a chamada Pec dos Precatórios. Essa Pec parcelou dívidas da União com vários segmentos, inclusive professores, neste caso, relativas ao antigo Fundef.

Por conta das tais "informações privilegiadas" que Lula teria passado aos bancos, estes, com "informações secretas" também do Poder Judiciário, assediaram quem tem direito a tais benefícios e compraram todas as dívidas correspondentes aos R$ 93 bilhões antecipados por Lula, através de crédito extraordinário. E comprado pela metade do preço. Se uma pessoa tinha R$ 20 mil para receber, o coronel destaca várias vezes, o banco comprou por R$ 10 mil.

Como resultado disso, Ciro "explica" também, quando Lula liberou os R$ 93 bilhões, tudo foi para os bancos, numa transação criminosa também com a Justiça. Ou seja, as entidades financeiras teriam comprado uma dívida de R$ 20 mil pela metade e receberam da Justiça, após antecipação de Lula, os R$ 20 mil que cada pessoa teria direito de receber, o que deu às mesmas lucros exorbitantes de 50%.

E as provas?

Ciro Gomes não apresentou nenhuma! Não disse o nome dos bancos envolvidos ou o de uma única pessoa que se encaixe na exemplificação que deu em relação à venda de precatórios pela metade do valor. Não mostrou, portanto, um documento, um escrito, vídeo, áudio ou uma mensagenzinha de whatsApp sequer que comprovem as gravíssimas acusações que fez, nem em relação a Lula ou ao Poder Judiciário. Parece coisa de bolsonarista.

Em relação ao Fundef, que também entrou na mesma Pec dos Precatórios que o político cearense enfocou, eles vêm sendo pagos desde 2023 por todos os governos onde professores têm direito. No caso do Piauí, por exemplo, o próprio editor do Dever de Classe já recebeu duas parcelas e tem outra marcada para o dia 28 deste mês em curso. E ele nunca recebeu ligação nenhuma no sentido de vender esse seu direito a qualquer banco.

E nessa história toda é importante destacar também, por fim, que o anúncio da antecipação de precatórios por Lula se deu em dezembro do ano passado. E Ciro só lançou sua newsletter neste domingo (10), quase 90 dias depois. Ou seja, poderia ter feito, com sua assessoria, uma investigação melhor antes de lançar tamanha baboseira.

Ciro Gomes, como ele mesmo enfatizou em sua newsletter — que está mais para fake news, tem um passado relevante na política nacional. Foi prefeito, governador e ministro duas vezes, uma inclusive no primeiro governo Lula. Mas, se continuar com esse ódio todo do governo petista, o máximo que pode conseguir é fortalecer ainda mais o bolsonarismo.

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