Biólogo diz que se crianças voltarem às escolas agora, muitas irão para casa contaminar os pais

25/01/2021

É equívoco defender retorno às aulas presenciais sem vacina, como também é um erro achar que as crianças são quase imunes ao vírus ou que nelas a doença se manifesta de maneira leve.

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Não é hora de mandar crianças para a escola. Imagem: aplicativo Canva.
Não é hora de mandar crianças para a escola. Imagem: aplicativo Canva.

Saúde | Devido às inúmeras notícias sobre a volta das aulas presenciais em muitos lugares do Brasil, o Dever de Classe consultou o biólogo mineiro Sérgio G Soares sobre a questão. 

Ele é contra o retorno antes da vacina para os professores e todos os demais profissionais do magistério. E afirma que "se crianças voltarem às escolas agora, muitas irão para casa contaminar os pais." Veja, após o anúncio.

Se crianças voltarem às escolas, os pais correm risco de se contaminar?

Sim. Escolas e salas de aula são espaços naturais de aglomeração e é ilusório achar que professores e funcionários controlarão 100% as crianças, jovens e até muitos adultos dentro do ambiente escolar, assim como também nem as particulares têm total segurança para o retorno. Haverá contaminação e os pais e a família receberão o vírus em casa. E dos filhos.

E a afirmação de alguns médicos no sentido de que as crianças são quase imunes ao vírus ou não se abalam muito no caso de contaminação? (Ver resposta após o anúncio).

É um erro achar que as crianças são quase imunes ao vírus ou que nelas a doença se manifesta de maneira leve. É só pesquisar no Google que você vê muitas mortes de bebês, crianças e adolescentes. E mesmo se fosse totalmente verdade o que você disse, ainda assim seria errado mandá-las para as aulas presenciais agora, pelo poder de transmissão que elas têm.

Qual a saída?

Vacinar, vacinar e vacinar. Abaixo de Deus, só tem esse remédio.

O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

*O Brasil e a vacina contra a Covid-19

População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias. 

Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.

Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.

Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.

O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.

No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.

O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).  

O Brasil — até agora — possui somente as 06 milhões de doses articuladas pelo Governo de São Paulo e dois milhões viabilizados pelo governo federal. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.

*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.

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