Não há saúde mental se o salário é ruim

25/01/2024
Imagem ilustrativa: Canva.
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NOVA LEI. Como um docente, por exemplo, pode evitar transtornos psicológicos se tem de trabalhar até três turnos em busca de uma remuneração melhor?


Ponto de Vista | Todo mundo sabe o quanto é conflituoso o ambiente escolar. Você junta em um mesmo espaço físico gente de temperamentos diversos e, com isso, não é nada incomum que apareçam intrigas, desavenças, raivas, insatisfações e por aí vai... 

Por conta disso, não é nada incomum também que alunos, professores e todos os demais que em tais ambientes convivam se estressem e adoeçam. Uns mais, outros menos. Mas adoeçam.

Talvez pensando nisso, o presidente Lula sancionou agora em janeiro a Lei nº 14.819/2024, que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. Beleza! Parabéns aos autores da ideia e a quem a sancionou.

Continua, após o anúncio.

Como não tenho aqui qualquer intenção de fazer uma análise mais profunda sobre os efeitos práticos e benefícios que essa nova legislação pode trazer para a comunidade escolar como um todo, vou me ater de forma breve apenas à questão dos professores.

Como é sabido, o exercício do magistério pode levar um docente a adquirir uma série de enfermidades, físicas e psicológicas, que podem ir — de uma simples mas incômoda dor de garganta — até depressão profunda e problemas mais sérios nas cordas vocais. Tem muito estudo sobre isso por aí.

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Mas por que ministrar aulas pode levar um professor a estresse em alta voltagem e outros graves problemas de saúde? A resposta é simples. A alta carga horária a que têm de se submeter, em busca de uma remuneração melhor, às vezes com até três turnos de trabalho, algo literalmente desumano e absurdo.

Diante de tal situação adversa, não é difícil encontrar docente nervoso, alcoólatra ou usuário por conta própria de psicotrópicos para tentar suportar a pesada maratona diária nas escolas. Quem merece?

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Deste modo e ao fim da ceia, volto à nova lei e me arrisco a fazer um prognóstico. Pelo menos em relação aos professores, efeito será quase nada se não forem mudadas radicalmente as condições de vida dos mesmos, sobretudo do ponto de vista remuneratório. Não há saúde mental se o salário é ruim. Simples assim. É a minha opinião.

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João R P Landim Nt


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