Engenheiro diz que distância entre professores e alunos nas escolas só favorece o coronavírus

26/04/2020

Segurança nos padrões exigidos requer salas com pelo menos 110m², quase um auditório. "O mais sensato é manter o isolamento enquanto não tiver vacina para todo mundo", sugere o profissional.

COMPARTILHE!

Publicidade

Imagem: aplicativo Canva
Imagem: aplicativo Canva

Educação | Atualizada em 08/01/2021. O Dever de Classe consultou via Messenger o engenheiro civil Renildo C Galvão sobre as distâncias que alunos devem manter entre si e em relação aos professores nas escolas para que não haja perigo muito grande de contaminação pelo coronavírus, caso as aulas retornem agora, como quer o presidente Jair Bolsonaro e inúmeras secretarias de educação de estados e municípios. 

O profissional citou dados e recomendações incompatíveis com a realidade brasileira, tanto no setor público como no privado, e sugeriu que o isolamento deve continuar enquanto todo mundo não estiver vacinado. Veja, após o anúncio.

Leia também:

  1. Estados anunciam volta às aulas neste início de 2021, mas maioria dos professores não tem acordo
  2. No máximo morrerão uns 40 mil, afirma ministro da Educação ao pedir reabertura das escolas
  3. Alguns países anunciam volta às aulas, mas em condições de segurança que o Brasil não pode seguir
  4. "De todos os elementos perigosos, a escola é o mais perigo"

O que diz o engenheiro

O senhor acha que é possível, em relação ao coronavírus, garantir uma distância segura entre alunos e professores nas salas de aula do Brasil?

Lamentavelmente, não. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é para que as pessoas mantenham pelo menos 1,5m de distância umas das outras para se comunicar e evitar o contágio. No entanto, no meio científico há divergências quanto a isso. Muitos pesquisadores defendem que a distância de até 1,8m ainda não evitaria a contaminação ao ar livre ou dentro de uma sala. 

Explique melhor. (Ver após o anúncio).

Para seguir as orientações da OMS, com 1,5m de distância entre os alunos entre si, seria necessário que nossas salas de aula tivessem pelo menos 70m² cada uma, porque também é preciso observar a questão dos professores. E isto para uma turma de apenas 30 alunos. 

E se a distância mínima for de 1,8m, citada como não totalmente segura pelos cientistas que divergem da OMS? Aí essa mesma sala com 30 estudantes teria que chegar a no mínimo 110m², quase um auditório. E as turmas com 40, 50 alunos ou mais? Creio que a coisa é inviável. Ou não? Continua, após o anúncio.

Não há saída, então?

Poder-ser-ia dividir uma mesma turma em duas ou três menores, para que o número de alunos por cada sala diminuísse. Isto está sendo feito em países da Europa que reabriram as escolas. A ideia é colocar 15 estudantes no máximo em cada sala. Mas no Brasil, donos de escolas privadas e gestores das públicas têm condições de fazer isso?

Em minha opinião, o mais sensato é adotar os estudos a distância onde puder e manter o isolamento enquanto não houver vacina para todo mundo. Pode ser duro, mas a vida vale mais do que um ano letivo. Mas cada um tem seu ponto de vista e eu respeito.

COMPARTILHE!

Faça uma pequena doação de qualquer valor, para ajudar a cobrir os custos de manutenção do site. Caso não possa ou não queira colaborar, continue a nos acessar do mesmo jeito enquanto estivermos ativos. Gratos.

Curta nossa página e receba atualizações sobre este e outros temas!

Anúncio

Mais recentes...

Índice de atualização do piso nacional dos professores, bem como valor nominal, deve sair no final de dezembro ou início de janeiro, e tende a ser maior que esse percentual divulgado nesta quinta-feira pelo Dever de Classe. Confira tabela, ao final da matéria.