Militarização é boa saída para as escolas públicas?
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Polêmicas / Muitos docentes creem que projeto ajuda a acabar com a indisciplina dos alunos. Outros, no entanto, apontam sérios problemas na proposta.
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Alunos fardados como mini soldados, inclusive as meninas. Policiais ou membros do Exército como autoridades maiores dentro da escola. Professores e demais funcionários civis em segundo plano na hierarquia escolar. Ambiente de quartel. Em síntese, isto pode caracterizar um estabelecimento de ensino militarizado. É boa saída para as escolas públicas? Há muitas divergências, conforme veremos após o anúncio.
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Prós...
Na avaliação dos que apoiam escolas militares, projeto acabaria com a indisciplina dos alunos contra os professores e entre os próprios estudantes. É um argumento forte, pois muitos docentes sofrem com esse tipo de problema e chegam mesmo a se afastar do trabalho por causa disso. "Pior do que salário baixo é ter que suportar aluno rebelde me ameaçando quase todo dia", diz o professor pernambucano Lúcio Silva. O caso de Lúcio é comum em todo o Brasil.
Outro argumento a favor da militarização é baseado na tese de que escolas militares contribuem para melhorar a aprendizagem dos alunos e o desempenho profissional deles no futuro. "Meu filho está se preparando para ser um cidadão bem qualificado", diz uma mãe de aluno do Estado de Goiás. Após o anúncio, veja alguns argumentos contrários à proposta.
... e contras
Nem tudo é elogio quando o tema é militarização de escolas públicas. Circula na mídia nacional denúncias de inúmeros casos de abusos de policiais contra estudantes, professores e até mães de alunos. Exemplo disso é um documento de 1.043 páginas entregue à Assembléia Legislativa do Amazonas tratando de tal assunto. Texto, segundo matéria publicada (set/2019) no site acrítica.com, fala de assédio moral, sexual e outros ilícitos praticados contra a comunidade escolar.
Em Boa Vista (RR), escola militar também dá mau exemplo. Segundo matéria do G1 de maio de 2019: Leia, após o anúncio.
"Servidores das escolas estaduais militarizadas Luiz Ribeiro de Lima e Maria Nilce Brandão, em Boa Vista, procuraram o G1 para relatar episódios de assédio moral e abuso de poder que, segundo eles, são praticados tanto contra professores quanto alunos das duas unidades."
"Dentre os casos relatados, estão desmaios de alunos durante ensaios de alamar - uma condecoração dada a estudantes com média superior a 80, exclusão de alunos com necessidades especiais das atividades, e punições como capinar ou lavar banheiro aplicadas a estudantes, além de humilhações de professores." Continua, após o anúncio.
Mais caras e menos eficientes
Outro argumento contra a militarização das escolas é que seriam mais caras e menos eficientes que, por exemplo, os institutos federais de educação. Documento detalhado sobre isso foi divulgado recentemente pelo Andes - Sindicato Nacional dos Docentes, uma das organizações mais sérias e respeitadas do País quando o tema é o debate sobre educação.
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