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Descaso cria maior evasão escolar em 14 anos
Meninos e meninas entre 5 e 9 anos são os mais prejudicados. Dados mostram que Bolsonaro é o maior responsável por tamanha tragédia.
Educação | Além de um legado macabro de mais de 600 mil mortes por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro também já está na História como o pior dirigente para a Educação pública brasileira. Enquanto pais e mães morriam — e ainda morrem — na pandemia, e crianças abandonavam e abandonam escolas, o mito dos descerebrados prefere passear de moto em campanha eleitoral antecipada nas avenidas do País. Descaso levou à maior evasão escolar dos últimos 14 anos, o que atingiu principalmente meninos e meninas entre 5 e 9 anos. Confira mais detalhes, após o anúncio.
Evasão escolar cresceu
O número de crianças em fase de alfabetização, fora da escola, aumentou significativamente com a pandemia da Covid-19. Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) revela que a evasão escolar cresceu em 197,8% e atingiu o ápice de 5,51% no fim de 2020, o maior em 14 anos.
De acordo com o estudo "Retorno para escola, jornada e pandemia", os alunos mais novos foram os mais prejudicados, com taxa de retorno presencial menor. No terceiro trimestre do ano passado, a taxa para a faixa etária estava em 4,25%, quase o triplo de 2019, que era de 1,41%.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor da FGV Social, Marcelo Neri, afirma que o abandono escolar de crianças nas séries iniciais pode gerar no futuro piora nos índices de analfabetismo total ou funcional (quando a pessoa sabe ler, mas não sabe interpretar) no país.
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"O atraso nessa idade deixa cicatriz, ainda assim, temos que tentar recuperar. Vínhamos observando melhora na faixa etária nos últimos 40 anos e agora voltamos ao nível de 14 anos atrás".
O presidente da Confederação Nacional das Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, ressalta a falta de apoio político dos governantes nas estruturas das escolas com equipamentos e acessibilidade virtual. Com a pandemia, o acesso à internet é fundamental para as crianças acompanharem as aulas virtuais.
Sem apoio do governo de Bolsonaro, que faz questão de atacar a educação brasileira, a coordenadora do Setorial Nacional de Educação, Teresa Leitão, também destaca a exclusão digital como aspecto que contribuiu para o abandono escolar.
"Embora as aulas remotas durante a pandemia tenham cumprido o papel de manter, minimamente, o vínculo do estudante com a escola, elas revelaram duas situações: a exclusão digital e a importância da presença física do professor e da professora. Sem dúvida, são aspectos que contribuíram, junto a outros, com os níveis do abandono escolar". Continua, após o anúncio.
Teresa afirma que a solução está em uma busca ativa, aliada ao acolhimento dessas crianças, muitas órfãs da Covid-19, e um processo vigoroso de valorização profissional do magistério, que sofrem com o descaso da gestão do desgoverno de Bolsonaro.
Vacina é fundamental
A pesquisa aponta ainda que "os alunos das séries iniciais que tinham obtido os maiores avanços escolares nas quatro últimas décadas foram os mais penalizados durante a pandemia, e que a vacinação das crianças contra a Covid-19 é vista como medida fundamental para o retorno à escola com mais segurança para todos".
Falta coordenação federal
Para o diretor da FGV Social, falta coordenação federal na gestão dos problemas que resultaram na evasão escolar. "Temos um problema em cada lugar, precisamos de soluções diferentes. Podíamos aproveitar a pandemia para promover inclusão digital, que deve ser importante para a recuperação desse aprendizado".
Consta no estudo que a faixa de 10 a 14 anos ficou estável ao longo da pandemia e com taxa de evasão de 0,81% no fim de 2021, abaixo do fim de 2019, de 1,01%.
O grupo entre 15 e 19 anos, que historicamente tem maior índice de abandono escolar, apresentou queda no ano passado e chegou a 24,17% em setembro (ante 28,95% em 2019).
O percentual, entretanto, voltou a subir em relação ao fim de 2020, que chegou ao menor nível da série do FGV Social, de 22,16% em 2012.
Fonte: CNTE
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