É tradição o ministério oficializar o reajuste, através de portaria, embora o índice de 6,27% e o valor nominal de R$ 4.867,77 para este ano já estejam definidos, com aplicação neste mês de janeiro. A confirmação oficial ajuda a pressionar prefeitos e governadores. O Dever de Classe questionou o ministro Camilo Santana sobre a demora do anúncio
Acabar gastos constitucionais com Saúde e Educação arrasa pastas e afeta servidor, diz especialista
Caso medida seja aprovada, prefeitos e governadores ficarão legalmente autorizados a desviar dinheiro dessas áreas para outros setores. O prejuízo será grande para quem depende do setor público e para os funcionários dessas pastas.
Publicidade
Economia | Bem ao contrário do que dizem o presidente Jair Bolsonaro, ministro Paulo Guedes e governistas no Congresso Nacional, acabar gastos constitucionais obrigatórios com Saúde e Educação arrasará essas pastas e afetará muito negativamente o setor pobre da população que precisa do serviço público e os funcionários que atuam nesses setores. Pec que trata disso é para ser votada na próxima quinta-feira (25) no Senado.
Após o anúncio, o economista pernambucano Flávio M P Costa esclarece melhor essa questão.
Por que essa PEC que acaba gastos constitucionais obrigatórios com Saúde e Educação é ruim para essas pastas, população e servidores?
É muito simples de entender. Hoje, de acordo com a Constituição Federal, estados e municípios são obrigados a aplicar ao menos 25% de suas receitas resultantes de impostos e transferências na manutenção e no desenvolvimento da educação. E a União, 18% mais o acréscimo da inflação do ano anterior medida pelo IPCA. No caso da Saúde, estados e municípios têm de aplicar no mínimo 12% e 15%, respectivamente. Já a União tem de investir 15% da receita mais o acréscimo da inflação medida pelo IPCA. O que o governo e seus aliados no Congresso querem fazer? Querem simplesmente acabar com essa obrigatoriedade. É péssimo para esses setores.
Explique melhor... (Ver após o anúncio).
Veja bem: vamos supor que em um determinado Estado ou município, esses 25% das receitas hoje obrigatórios para a Educação correspondam, por exemplo, a um valor de R$ 10 milhões. Com a medida aprovada, o prefeito ou governador pode aplicar apenas R$ 5 milhões, R$ 2 milhões, R$ 1 milhão ou até nada, já que legalmente não terão mais os orçamentos vinculados constitucionalmente a essas áreas. Dá para perceber o tamanho do prejuízo? O mesmo raciocínio vale para a Saúde, seja na União, estados ou municípios. O que essa Pec na prática quer fazer é legalizar desvios de dinheiro da Saúde e Educação para outros setores.
Então isso vai prejudicar bastante a população e o funcionalismo...
Claro. Menos recursos obrigatórios é igual a menos qualidade nas escolas e hospitais. E menos dinheiro para pagar os servidores. Para que você tenha uma pequena noção da gravidade da coisa, aprovação dessa medida significa na prática o fim do Fundeb. Continua, após o anúncio.
Então é preciso barrar esse projeto...
Sim. Se for aprovado, vai arrasar Saúde, Educação e seus servidores. E o povo mais pobre que precisa do serviço público, no final das contas será o mais atingido.
Compartilhe e curta abaixo nossa página no Facebook, para receber atualizações sobre este tema.
Faça uma pequena doação de um valor qualquer para que possamos continuar a manter este site aberto. Caso não possa ou não queira colaborar, continue a nos acessar do mesmo jeito enquanto estivermos ativos. Gratos.
Doar com PagSeguro
Curta nossa página e receba atualizações sobre este tema!
Mais recentes...
MEC, apenas para atendar protocolo que se tornou tradição, deverá editar Portaria em breve para ratificar o que estabelece a lei nº 11.738/2008
Reajuste de 6,27% e valor mínimo de R$ 4.867,77 estão assegurados na lei federal 11.738/2008; prefeitos e governadores são obrigados a cumprir
O que houve no 8 de janeiro de 2023 no Distrito Federal com a horda de bárbaros invadindo e depredando os prédios dos três poderes — mobilizados, financiados e "convidados" para a "festa da Selma" — pode ser considerado como o "resumo compacto do governo Bolsonaro..."
Na Nota Pública onde divulgou o índice de atualização (6,27%) e o novo valor do piso nacional — R$ 4.867,77 —, a principal entidade representativa dos profissionais da educação expôs também ações que podem ser feitas contra gestores caloteiros
A COPa beirando a MESA
O trabalho Informal no Brasil ocupa hoje mais de 40% do mercado produtivo