Publicação traz importantes dados sobre os docentes, como salário, carreira e formação
IA pode representar um risco grave aos docentes, alerta especialista
Carlota Boto é diretora da Faculdade de Educação da USP e doutora em História Social por essa renomada instituição.
Quarta-feira, às 22:29
Compartilhe a matéria!
Colabore! Ajude o site a se manter online.
Pix CEF
pix@deverdeclasse.org
Pix Vakinha
3435969@vakinha.com.br
uso de Inteligência Artificial (IA) nas escolas é criticado pela Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP) e diretora da Faculdade de Educação desse renomado estabelecimento de ensino, pesquisa e extensão no campo superior. A especialista alerta que ferramenta "pode representar um risco grave aos professores, os quais podem se tornar figuras descartáveis nos ambientes escolares".
Ponderações da pesquisadora são motivadas pela recente notícia de que o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) ameaça utilizar recursos de inteligência artificial (IA) para a preparação de aulas e atividades escolares a partir do segundo semestre deste ano.
Matéria no Jornal da USP (24) diz:
"Projeto, que ainda está em estágio inicial, impactará alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública estadual.
Contra
A especialista [Carlota Boto] explica que é terminantemente contra a implementação desse projeto e afirma que não observa benefícios no uso das inteligências artificiais no ensino público. Ela conta que essas ferramentas podem causar um efeito negativo no aprendizado dos estudantes, já que, muitas vezes, elas não articulam os dados de maneira coerente e podem divulgar inclusive informações equivocadas sem a devida checagem.
Segundo a diretora, cada disciplina do ensino básico possui um modo de existir que corresponde a um acervo cultural historicamente acumulado e essa lógica, que é intrínseca à construção da disciplina, constitui um corpo que não será redesenhado pela tecnologia artificial. Por isso, segundo ela, a produção de aulas precisa ser realizada por pessoas físicas e, de preferência, por professores.
"A rede de ensino deve ter um currículo, mas a organização de cada aula é tarefa do professor. Para isso, deve haver investimento na formação desse profissional e ele precisa ser bem pago, porque é dele a tarefa de transformação do currículo na proposição didática de uma aula", conta.
Leia também:
- Os perigosos planos de Tarcísio para a educação pública nacional
- Tarcísio ameaça leiloar Educação de São Paulo
- Tarcísio leva Educação Pública de SP ao caos
Processo automatizado
De acordo com Carlota, o uso das ferramentas de IA nas aulas pode automatizar o ensino e desconsiderar os processos críticos e criativos envolvidos na aprendizagem, tanto do professor quanto do estudante. Ela reforça a importância da construção de um currículo que permita o processo de debates e diálogos dentro das salas de aula, a fim de que a formação do jovem seja acrescida da possibilidade de analisar e construir pensamentos críticos sobre variados assuntos.
"É preciso ter cautela para que essa inteligência artificial não se transforme em um Oráculo de Delfos, através do qual você busca irracionalmente qualquer conteúdo como se esse conteúdo não fosse passível de ser criticado, revisto e refutado. É preciso que haja muita precaução, porque a aula é algo sério e que precisa ser preparada por um professor", discorre.
Emprego dos professores
Conforme a diretora, o uso das inteligências artificiais, assim como em várias outras profissões, pode representar um risco grave aos professores, os quais podem se tornar figuras descartáveis nas escolas, caso comecem a surgir demissões e afastamento de profissionais de suas funções. Ela, contudo, reforça que todas as novas tecnologias podem ser úteis, desde que sejam usadas conscientemente e aliadas ao trabalho dos professores."
(...)
Post a partir de texto de Julio Silva, Jornal da USP, 24/04/2024
Compartilhe a matéria!
Colabore! Ajude o site a se manter online.
Pix CEF
pix@deverdeclasse.org
João R P Landim Nt
Pix Vakinha
3435969@vakinha.com.br
João Rosa Paes landim Neto
Mais recentes sobre Educação
Camilo Santana diz não ter dúvidas de que o presidente Lula também discorda da ideia de atacar os recursos da pasta que dirige
Publicação é de responsabilidade do SinproSP (Sindicato dos Professores de São Paulo) e dialoga com trabalho e ensino, mas também com as áreas da cidadania, artes, saúde e cultura. Sua equipe de colaboradores é de altíssimo nível. Conta com o peso-pesado Ricardo Antunes e outros e outras de mesma grandeza intelectual. Confira a bem produzida versão...
"A luta contra a privatização das escolas públicas é fundamental para o projeto de educação libertadora e de qualidade que almejamos", diz editorial da entidade
Publicidade
Tópicos mais acessados relacionados ao tema desta matéria
Publicidade