Lula deve combinar dois eixos para derrotar Bolsonaro
Bolsonaro — desesperado e espertamente — acelera de forma exponencial o uso da máquina pública para tentar mascarar os efeitos de sua política econômica de fome, aplicada desde 2019. Ao mesmo tempo, intensifica com força sua pauta de costumes e fake news, terreno onde já demonstrou que é muito forte. Lula deve combinar também duas frentes para derrotá-lo.
Política | Dezenas ou até mais de análises são feitas todas as horas nos berços progressistas para se tentar chegar à "fórmula ou equação certa" que leve Lula a derrotar Bolsonaro em 30 de outubro. Qual seria?
Como a realidade é dinâmica, cada dia pode carecer de uma combinação de fatores diferente. No entanto, dois eixos já estão consolidados e, em nossa opinião, é neles que a campanha lulista deve se centrar, ou seja, em duas frentes. Não vamos aqui tratar de alianças político-partidárias, que é um terceiro campo.
Vamos lá. Bolsonaro — desesperado e espertamente — acelera de forma exponencial o uso da máquina pública para tentar mascarar os efeitos de sua política econômica de fome, aplicada desde 2019.
Ao mesmo tempo e por outro lado, o capitão intensifica — com bastante força — sua pauta "religiosa" e de costumes, tudo embalado em muitas fake news, terreno onde já demonstrou que é bastante eficiente.
Lula deve combinar também esses dois eixos — de modo reverso, óbvio — para derrotá-lo. Ou seja, deve mirar na questão econômica e no campo onde Bolsonaro tem saído vitorioso até aqui.
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Assim, para desmontar ou neutralizar os efeitos das muitas benesses eleitorais de Bolsonaro, campanha de Lula deve expor de forma clara o que foi o nosso país de 2019 até agosto deste ano, quando começaram a ser aplicados os "pacotes de bondade" do capitão.
Neste sentido, é preciso, por exemplo, fazer programas que, de forma clara, didática e impactante, mostrem:
- o quanto a classe média perdeu em gasolina de quase R$ 10,00 e inflação alta;
- o arrocho pela falta de crescimento real no salário mínimo e aumento do desemprego e trabalho semi-escravo, isto é, a volta da fome ao País;
- os milhões que foram excluídos, com a troca do Bolsa Família e criação do Auxílio Emergencial;
- a forte exclusão social devido à construção zero de habitações populares;
Na "pauta de costumes", onde o bolsonarismo joga no mesmo saco também a questão supostamente religiosa e o tema da corrupção, é crucial continuar a fazer e aprimorar programas impactantes, para:
- Demonstrar com dados irrefutáveis que Bolsonaro e seus filhos não passam de ladrões. (Peças neste sentido inclusive já foram feitas no primeiro turno). É preciso reforçar tal tipo de denúncia e desmascaramento do capitão e sua cria de larápios;
- Continuar a associar Bolsonaro a uma pessoa má, cruel, perversa, assassina, demoníaca, anti qualquer valor relacionado a uma família cristã, responsável direto pela morte de quase 700 mil brasileiros na pandemia de Covid-19;
- Reforçar a tese — no mesmo sentido do item 2 — de que Bolsonaro é anti Cristo, inimigo de qualquer preceito bíblico relacionado a Deus ou Jesus Cristo, pois é adepto de violência física e até de canibalismo.
A combinação básica neste segundo turno é o binômio aí. Em nossa opinião, saber explorar com eficiência esses dois polos é o que levará Lula à vitória.
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