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Lula, "osso duro de roer"
Goste-se dele ou não, o fato concreto é que continua muito difícil de ser superado, e é praticamente imbatível para 2026. Não é idade, tombo em banheiro ou previsões furadas de detratores, como o global Merval Pereira, que vão tirar Lula do samba que a maioria dos brasileiros gosta de cantar e ouvir.
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m 1977, o cantor, compositor e multi-instrumentista Benito di Paula lançou pela antiga gravadora Copacabana seu 8º LP. Na faixa 2 do lado 1 — "Osso duro de roer" —, o artista manda um recado aos críticos de seu trabalho, que pregavam à época que "Benito já estaria superado e não representava de verdade o samba", dado que usava instrumentos musicais "alheios ao estilo", como piano, violino e cravo, espécie de piano barroco. Até o mestre Paulinho da Viola andou se envolvendo em tretas com o seu colega fluminense nascido em Nova Friburgo. Benito, contudo, não se curvou e pôs em um dos trechos da referida música:
Mas ainda não chegou minha vez de ir embora / Deixa essa gente falar / É inveja que eles sentem..."
Quando Benito Di Paula apresentou, ao piano, sua "Osso duro de roer" ao Brasil, o presidente Lula, por outras trilhas de vida, já era conhecido nacionalmente também e em algumas outras partes do mundo. Dois anos antes, 1975, fora eleito presidente do importante Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.
Então líder sindical, Lula comandou lutas memoráveis, como em março de 1979, quando 170 mil metalúrgicos pararam o ABC paulista, sob sua liderança, ainda em pleno regime militar. Impactou o país.
Essa forte atuação política em defesa da classe trabalhadora, movida por sua visível capacidade cognitiva acima da média — logo despertaram ódio em muita gente, sobretudo, como é natural, entre os que controlavam e continuam a controlar as riquezas nacionais. "Lula é muito radical, despreparado, analfabeto, tem mansão no Morumbi, triplex, sítio... Tende a ter curta vida política...", passaram a vomitar na grande mídia, cotidianamente, os muito ricos.
Na prática, uma extensa lista de adjetivações caluniosas, pragas, perseguições e tramoias, todas fracassadas, com o fito de tentar, desde a origem, anular o ex-metalúrgico. Não conseguiram.
Última desse cardápio mal sucedido de comida podre contra o maior líder popular do país vem do jornalista Merval Pereira, useiro e vezeiro em atacar Lula de forma desonesta e tentar prever seu fim. Na coluna desta terça-feira (22) que assina no Globo, faz uma série de rodeios retóricos para, ao final, propagandear de forma sub-reptícia que o petista caiu no banheiro porque está velho demais, por isso não mais deverá ser candidato em 2026. Certamente, é só mais uma velha previsão que já nasce morta.
Voltando ao Benito. Após 47 anos da malfadada profecia de seu fim artístico, o músico continua, como se sabe, aos quase 83, firme e forte, pelo menos nos corações e mentes de seus milhares de fãs em todo o Brasil. Como ele mesmo cantou: "Mas ainda não chegou minha vez de ir embora..."
Com Lula, por outros caminhos, é algo parecido. Goste-se dele ou não, o fato concreto é que também é "osso duro de roer". Aos 78 anos, continua praticamente impossível de ser superado a curto prazo e, a não ser que ocorra um fenômenos extremo, é imbatível para 2026. Muito difícil não ser reeleito Presidente da República para um quarto mandato.
Não é, portanto, idade, tombo em banheiro ou previsões furadas de detratores — como o global Merval Pereira — que vão tirar Lula do samba que a maioria dos brasileiros gosta de cantar e ouvir. Aliás, em relação ao Merval, cai bem o verso de Benito: "É inveja o que ele sente".
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