A Filosofia vai à praça
"Quando perdemos o diálogo, perdemos também o contato com o outro, com o parente e com o desafio de pulsar nosso espírito em intenção do novo"
Cultura | Por *Landim Neto. Michael Jackson morreu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos de idade, certo? Errado. Os dados sobre seu falecimento revelam apenas um aspecto biográfico do famoso pop norte-americano. Nada além disso. O Michael mesmo, o que milhões de pessoas conheceram e conhecem através de sua densa produção cultural, continua vivo e serelepe, como sempre. O intérprete de voz inconfundível, o habilidoso letrista, o dançarino criativo e o ativista de causas sociais seguem a encantar em todo o planeta.
A morte, como se sabe, há tempos "deixou de ser dignificada e reverenciada com respeito solene e se transformou em algo banal, coisa de página policial ou de ambiente hospitalar". Quando se refere a personalidades como Michael Jackson, no entanto, o tema assume um viés diferente. Michael faz parte das poucas figuras humanas (se levarmos em conta a população mundial) que continua a influenciar e ditar regras mesmo depois da morte física. Sua arte é motivo de inspiração para novos e velhos artistas. E o conjunto de seu trabalho continua cotidianamente a ser investigado. Como poderia então estar morto?
É certo que o avanço da tecnologia ainda não permitiu que o homem conseguisse matar a própria morte natural. A técnica, no entanto, possibilita que se perceba com cada vez mais nitidez sons e imagens que criam "a sensação da presença virtual de seres que já se foram". É uma espécie de "morte da morte", como observam os intelectuais José Arbez e Cláudio Tognoli, no livreto: Mundo Pós-Moderno.
Essa "morte da morte" propiciada pela tecnologia se encaixa perfeitamente em Michael Jackson. Seus discos batem recorde de execução mundo afora. Seus vídeos estão entre os mais visualizados na internet. No You Tube, Thriller tem mais de 525 milhões de visualizações até à data e horário desta postagem. Os lucros oriundos da comercialização de Michael permanecem astronômicos. Michael Jackson está morto?
Em fevereiro de 2017, o lendário álbum "Thriller" alcançou um novo recorde ao atingir a espetacular marca de 33 milhões de cópias vendidas. Só nos Estados Unidos. Thriller permanece também no topo dos discos mais vendidos no mundo.
Em 2016, a título de exemplo e segundo a revista Forbes, Michael foi o artista pop que mais faturou, mesmo impedido há quase uma década de se apresentar nos palcos. Pelo quarto ano consecutivo, o pop liderou o ranking com US$ 825 milhões (cerca de R$ 2,6 bilhões) entre outubro de 2015 e outubro de 2016. Que morte então é essa de 25 de junho?
*Landim Neto edita o Dever de Classe
Confira o vídeo oficial de Thriller. No You Tube, até à data e horário desta postagem, 525.308.043.
"Quando perdemos o diálogo, perdemos também o contato com o outro, com o parente e com o desafio de pulsar nosso espírito em intenção do novo"
"A interpretação padrão dos êxitos de Owens é que ele provou que a ideia universal da superioridade racial branca era algo sem fundamentação cientifica ou factual"
"Uma sucessão notável e singular de belíssimas e sublimes experiências oníricas..." Publicado pela Editora Dialética, está disponível na Amazon e outros sites, nos formatos físico, ebook e audiobook
Obra "reúne uma série de depoimentos, em geral de caráter pessoal, elaborados por professores e pesquisadores que se dedicaram ao estudo do poeta florentino"