Nos confrontos do dia a dia entre trabalhadores e patrões, estes últimos, para fazer valer suas posições, costumam recorrer a velhos artifícios para tentar enganar os empregados
No capitalismo, até o amor é um negócio
No capitalismo, guerras são negócios, fome é negócio, crianças e idosos são negócios, miséria é negócio, "beleza" e "feiúra" são negócios, violência física e moral são negócios, o corpo é negócio, pessoas são negócio. Tudo é negócio...
Por Clarice Oliveira | O capitalismo é foda. Tudo nele é um negócio. É um sistema tão comercial que, nas prateleiras de lojas, armazéns e supermercados, artigos úteis estão amontoados ao lado de uma infinidade de produtos sem serventia alguma, fabricados apenas para dar lucros a seus proprietários e fabricantes. E não interessa se a natureza é destruída para isso ou não. Contanto que os negócios cresçam para todos os lados e enriquem cada vez mais uma meia dúzia de empreendedores, leia-se malucos ou assassinos, está tudo bem.
O capitalismo é tão foda que, nos EUA e em todos os demais países capitalistas, se imprime largamente nas indústrias gráficas "O Capital", do Marx. Ou seja, os capitalistas ganham muito dinheiro vendendo um livro que ensina que o capitalismo é uma merda para a humanidade.
No capitalismo guerras são negócios, fome é negócio, crianças e idosos são negócios, miséria é negócio, "beleza" e "feiúra" são negócios, violência física e moral são negócios, o corpo é negócio, pessoas são negócios... Tudo vende. No capitalismo, até o amor é um negócio também. Continua, após o anúncio.
"Querido, vamos viver juntos para sempre, na saúde ou na alegria, na riqueza ou na pobreza, y love you". Rá, rá, rá... Quanta hipocrisia. A mocinha ingênua não sabe que não fez escolha alguma. Seu love e casamento foram planejados para atender a um modelo tal que dê lucro aos capitalistas, inclusive na pobreza. Ela "escolheu" seu amado pela conta bancária dele ou pelos dotes físicos ou intelectuais que tiver. E tudo dentro dos padrões que os capitalistas impõem e ela não sabe. O mesmo vale para ele: O pai dela é rico? Sim. Ela tem bunda, peitos e coxas gostosos? Sim. Eu caso. O amor-negócio só acaba quando os padrões de encantos engendrados pelos capitalistas se esvaem.
Não acredito que o capitalismo um dia seja superado totalmente, sou machadiana. Mas como os capitalistas são tão doidos por negócios e dinheiro, é bem possível que um dia criem um meio de ressuscitar o Lênin para que ele possa dar cursos de como fazer uma revolução socialista em todo o planeta. Todos os lucros dos cursos, evidentemente, iriam para os capitalistas, para que eles aprimorassem a ideia de que no capitalismo, além do amor, até o socialismo pode ser também um grande negócio.
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