Publicação traz importantes dados sobre os docentes, como salário, carreira e formação
Novo Ensino Médio é aberração e precisa ser revogado
Novas regras permitem — por exemplo — trocar aulas de História e Geografia por novas "disciplinas", como "O que rola por aí" e outros estrupícios "new curriculares".
Educação | Em junho do ano passado, o então governador do Estado de São Paulo Rodrigo Garcia (PSDB) deu sinal verde para que profissionais sem formação adequada assumissem aulas de formação geral e dos itinerários formativos a estudantes do Ensino Médio.
A orientação está de acordo com as novas regras dessa etapa da Educação Básica — o chamado "novo Ensino Médio". Boa reportagem sobre o tema foi escrito pela jornalista Ana Luiza Basilio, em 22/06/2022, publicada na Revista Carta Capital.
Na prática, como já se percebe também em outras partes do Brasil, isto significa que essa própria jornalista, por exemplo, pode ministrar aulas de Geografia e outras disciplinas.
Na opinião de especialistas, isto é um atraso, que vai precarizar o ensino e o papel dos profissionais devidamente graduados para exercer a sala de aula: os professores que cursam licenciaturas em todo o País.
Continua, após o anúncio.
"O que rola por aí?"
Além da troca de professores, novo Ensino Médio permite também — por exemplo — trocar aulas de Filosofia e Sociologia por "disciplinas mais descoladas", como "O que rola por aí"e "Brigadeiro caseiro", entre outras de mesmo tipo, estrupícios "new curriculares" que já "rolam" nas redes estaduais de ensino de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, segundo matéria de segunda-feira (13) de O Globo.
Na rede de ensino do último estado citado, como resultado dessa nova política para a educação pública, foi distribuída uma cartilha a alunos de sexto ano, 11 anos de idade, onde se "ensinava" que os pobres são pobres porque são preguiçosos e não sabem valorizar o dinheiro. Nojo.
Mais grave
E o mais grave é que a absurda troca de disciplinas tradicionais por outras mais "modernas" se dá à base de total improviso, o que prejudica principalmente os alunos. E o que dizer então em relação aos professores, que terão de se adaptar a essas novas "matérias" — sem sequer apoio efetivo do poder público?
Revogar
"Tem de revogar essa merda", nome da disciplina que sugerimos para resolver o problema.
Sobre isso, o Sindicato de Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo — Apeoesp — tem como um dos seus eixos de luta para 2023 a revogação desse novo Ensino Médio. Trecho de documento da entidade, é muito esclarecedor: (Ver após anúncio).
[O novo Ensino Médio] "ao empobrecer o currículo a ser aplicado nas escolas públicas — reduzindo drasticamente a carga horária de disciplinas fundamentais como História, Geografia, Artes,
Filosofia, Sociologia, a reforma ampliou o abismo existente entre as escolas privadas
destinadas aos filhos dos ricos e da classe média alta e as escolas destinadas aos filhos e filhas da classe trabalhadora, por meio dos chamados currículos "à la carte", nos
quais supostamente o estudante exercita um falso "protagonismo juvenil" escolhendo o que quer ou não estudar e limita o currículo básico a 1.800 horas, com apenas
duas disciplinas obrigatórias (Português e Matemática)."
Precisa dizer mais, para concluir que esse novo Ensino Médio tem de ser revogado?
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