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Novos tratamentos para a menopausa podem ajudar a diminuir sintomas, mas muitas mulheres ainda não sabem disso
Embora a idade média do climatério seja 51 anos, há variações raciais, étnicas e de renda. À medida que a expectativa de vida aumenta, metade da população feminina pode passar um terço de suas vidas na pós-menopausa.
Por:
- Naomi Cahn, Professor of Law, University of Virginia
- Bridget J. Crawford, Professor of Law, Pace University
- Emily Gold Waldman, Professor of Law and Associate Dean for Faculty Development, Pace University
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menopausa costumava ser um tema tabu em muitos lugares. Mas, agora, está constantemente nos noticiários. Em março último, a Casa Branca divulgou uma iniciativa para estimular novas pesquisas sobre a saúde das mulheres na meia-idade. Em maio, a Senadora Patty Murray apresentou um projeto bipartidário que visa investir US$ 275 milhões para melhorar os cuidados nessa fase da vida da mulher.
A atriz Halle Berry foi ao Capitólio para ajudar a chamar a atenção para a medida e, durante seu discurso, chegou a gritar: "Estou na menopausa." Esse novo foco e um ambiente mais aberto para falar sobre o assunto estão ocorrendo ao mesmo tempo em que estudos científicos destacam os benefícios da terapia hormonal para tratar os sintomas do climatério.
Nós três acreditamos que discussões públicas sobre o evento que marca o fim da fase reprodutiva da mulher já deveriam ter sido feitas há muito tempo. Escrevemos e lecionamos sobre discriminação no emprego, envelhecimento e a lei e também sobre feminismo.
Nos unimos para escrever um livro sobre a menopausa e a lei, estamos acompanhando de perto as mudanças na forma como os pesquisadores avaliam os benefícios do tratamento hormonal e o que isso significa para a vida das mulheres.
Noções básicas sobre a menopausa
Tecnicamente, a menopausa é um momento no tempo. Normalmente, ela começa 12 meses após o último ciclo menstrual, marca o fim da fertilidade e ocorre entre os 45 e 55 anos de idade. Ela é precedida pela perimenopausa, uma fase de transição durante a qual a menstruação muda, mas continua, e isso pode durar até uma década.
Quem já passou pela menopausa fica na pós-menopausa pelo resto da vida. Ela resulta da diminuição de estrogênio e progesterona pelo corpo, dois hormônios produzidos pelos ovários. Em longo prazo, a perda de estrogênio também afeta a densidade óssea, o sistema cardiovascular e outras partes do corpo.
O fenômeno também pode ocorrer de forma precoce e abrupta, como após a remoção cirúrgica dos ovários.
A cada ano, mais de 2 milhões de americanas chegam à menopausa enquanto milhões de outras experimentam a perimenopaus em um determinado momento.
Embora a idade média do climatério seja 51 anos, há variações raciais, étnicas e de renda. À medida que a expectativa de vida aumenta, metade da população feminina pode passar um terço de suas vidas na pós-menopausa.
Em particular, as mulheres negras tendem a entrar na menopausa mais cedo do que as brancas. Seus sintomas, como ondas de calor, são mais agudos e duram mais tempo. Infelizmente, elas têm menos probabilidade de receber atendimento médico para tratamento do que as brancas.
E quanto à perimenopausa?
Durante a perimenopausa, que normalmente começa após os 40 anos de idade, o corpo para gradualmente de produzir estrogênio. Pode ser difícil de identificar se alguém está na perimenopausa pois os níveis de estrogênio flutuam e não há um teste definitivo para determinar isso.
Os sintomas mais comuns são ondas de calor e suores noturnos. Outros incluem problemas de sono, depressão, confusão cerebral e secura vaginal. As menstruações tornam-se irregulares e o sangramento pode ser mais intenso. Nem todo mundo que está passando pela menopausa apresenta sintomas - embora 85% demonstrem - e a gravidade deles varia.
Tratamento hormonal e controvérsia
A terapia hormonal na menopausa, incluindo estrogênio isolado e estrogênio combinado com progesterona, tem sido prescrita para ajudar a diminuir os incômodos há décadas. Os hormônios também eram usados para tratar os riscos de longo prazo associados ao evento, incluindo doenças cardíacas e osteoporose.
No ano 2000, aproximadamente 1 em cada 4 mulheres usava terapia hormonal. Mas, em 2002, os resultados preliminares de um estudo abalaram o mundo da medicina.
Eles eram da Women's Health Iniciativa, uma pesquisa controlada por placebo que recrutou milhares de mulheres para analisar esse tratamento. Lançado pelo "National Institutes of Health" do governo dos Estados Unidos, em 1991, continua sendo o maior levantamento de prevenção da saúde da mulher já realizado.
Ainda em 2002, uma análise provisória constatou que a terapia hormonal na menopausa estava associada a um risco maior de câncer de mama, doença coronariana e derrame. A pesquisa foi interrompida devido a esses resultados.
Em poucos meses, a prática de reposição hormonal para tratar os sintomas da menopausa caiu quase pela metade. A parcela de todas as mulheres que usam esses medicamentos prescritos despencou para 4% em duas décadas e tem se recuperado lentamente, apesar do crescente reconhecimento das limitações do estudo de 2002.
Uma história mais complexa sobre o tema surgiu nos últimos anos, juntamente com uma revisão cuidadosa das conclusões que levaram ao encerramento antecipado de partes significativas do estudo da Women's Health.
Uma preocupação é que a idade típica das mulheres que participaram dessa pesquisa era 63 anos, o que significa que elas já estavam muitos anos após a perimenopausa quando foram envolvidas no levantamento.
Outra, foi que o estudo se concentrou no papel dos hormônios na prevenção de doenças crônicas , e não no alívio dos sintomas. A terceira foi que o estudo avaliou apenas uma forma de tratamento hormonal.
Tratamento atual
É apropriado que muitos médicos estejam prescrevendo terapias de reposição hormonal para os desconfortos e prejuízos à saúde com mais frequência, atualmente, em especial para mulheres com menos de 60 anos que menstruaram pela última vez na década anterior.
A administração pode ser por meio de comprimidos, adesivos para a pele, géis ou supositórios vaginais.
Os comprimidos oferecem a conveniência da ingestão oral, enquanto os adesivos cutâneos proporcionam uma liberação constante de hormônios pela pele. Os géis permitem a fácil aplicação e absorção pela pele, com flexibilidade na dosagem. Os supositórios vaginais têm como alvo mais direto os sintomas locais, como secura e desconforto.
Ele também está disponível com progesterona sintética ou bioidêntica, embora não esteja claro se essas versões são mais seguras ou mais eficazes.
No entanto, há pacientes com doenças subjacentes para as quais o tratamento hormonal é mais arriscado do que para outras e deve ser evitado, inclusive aquelas com histórico de câncer de mama, outros cânceres sensíveis ao estrogênio e doenças coronarianas, entre outras.
Novos procedimentos não hormonais para ondas de calor também estão em desenvolvimento.
Em 2023, a Food and Drug Administration aprovou o fezolinetant, vendido como Veozah. É o primeiro remédio projetado especificamente para tratar ondas de calor e suores noturnos. Um segundo novo fármaco poderá ser comercializado em breve.
Antidepressivos, antiepilépticos e outros não hormonais também estão sendo prescritos off-label (sem indicação) para tratar do mesmo evento da saúde feminina.
Seguindo em frente
Infelizmente, muitas pacientes e até mesmo profissionais de saúde não estão totalmente cientes das evidências mais recentes sobre tratamentos eficazes. As taxas de uso de procedimento hormonal na menopausa variam de acordo com a raça e a etnia: as mulheres brancas têm as taxas mais altas, enquanto as mulheres negras e hispânicas têm as mais baixas. Sem seguro, o suprimento mensal do genérico de estrogênio custa aproximadamente US$ 29. Com seguro, os custos podem ser muito menores.
O que todas as pesquisas mostram é que os sintomas não devem ser ignorados, e o tratamento individualizado é fundamental. Dada a nova abertura para discutir e lidar com a menopausa, bem como o possível financiamento de pesquisas e novos tratamentos, estamos ficando mais otimistas de que esse estágio inevitável da vida pode finalmente receber a atenção que merece.
Este artigo foi publicado no The Conversation e reproduzido pelo Dever de Classe sob a licença Creative Commons. Clique AQUI para ler a versão original.
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