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Governo pode mudar política de gastos e evitar calote no magistério e em outras dívidas da União
Pagamentos abusivos de juros da dívida pública federal junto a instituições financeiras consumiram mais de R$ 2,4 trilhões apenas nos dois primeiros anos de governo do presidente Jair Bolsonaro. Dar um freio nessa agiotagem e outros gastos desnecessários permitiria engavetar a Pec do Calote.
Economia | Não é por falta de caixa que o presidente Jair Bolsonaro e Paulo Guedes querem confiscar dinheiro dos professores e de outras dívidas da União, através da Pec 23/2021, mais conhecida como Pec do Calote. Caso fosse de seu interesse, governo poderia mudar política de gastos e engavetar esse projeto, o que de quebra ainda lhe permitiria cumprir com folga o programa "Auxílio Brasil" em 2022, criado exclusivamente para tentar reeleger o capitão.
Para honrar dívidas de precatórios e implementar programas sociais, o presidente Jair Bolsonaro deveria, em primeiro lugar, dar um freio nos pagamentos abusivos de juros da dívida pública do governo federal. Dados da Auditoria Cidadã da Dívida Pública mostram que apenas nos dois primeiros anos do atual governo — 2019 e 2020 —, mais de R$ 2,4 trilhões foram gastos com tal agiotagem junto a instituições financeiras. Débitos desapareceram? Não. Aumentaram.
A razão maior, portanto, da "falta" de dinheiro para pagar precatórios e criar programas sociais é resultado dessa política econômica, voltada para privilegiar bancos, enquanto milhões enfrentam a fome e outros veem dinheiro ganho na justiça — após longos anos de espera — sumir pelo ralo. Continua, após o anúncio.
Com apenas 5% desses quase dois trilhões e meio de reais destinados a quem já é muito rico, seria possível pagar todos os precatórios do magistério — cerca de R$ 54 bilhões — e ainda sobrariam muitos recursos para honrar o programa eleitoreiro que o presidente quer adotar no próximo ano.
Não são apenas os gastos extravagantes com agiotagem junto a bancos, contudo, que minam os recursos arrecadados pela União. As altíssimas mordomias do presidente Bolsonaro e de sua família com cartão corporativo — bem como as dos seus aliados nos três poderes — também sangram bastante os cofres públicos. A recente foto que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) postou dele fantasiado de "sheik", da esposa e filha em Dubai (Emirados Árabes Unidos) é só um pequeno exemplo da gastança e vadiagem desenfreadas pagas com dinheiro público. Descontos apenas para a criança que aparece na imagem, pois não tem culpa pelos erros dos pais.
Precatórios e programas sociais, portanto, podem ser cumpridos. Basta o presidente Jair Bolsonaro parar de mentir e mudar a política de gastos do governo.
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João R P Landim Nt
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