Ainda que sejam preservadas particularidades das mais de cinco mil redes de ensino do país, é preciso partir de um piso mais robusto, garantido no todo em parte pelo Governo Federal, com garantias também de menor jornada em sala de aula
Nova "negociação" garante continuidade de arrocho para os professores
Segundo nota do próprio Sinte-Pi, "piso nacional do magistério será implementado apenas para quem ganha abaixo do valor [a ser] apresentado em 2025, o que irá aprofundar a desvalorização docente". A direção desse sindicato não tem capacidade de representar bem a categoria e está sempre sendo engolida pelo governo
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Por Maércio Maia &
Landim Neto
Editores do Dever de Classe
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fracasso continua! Esta é a frase que os trabalhadores em educação da Rede Estadual do Piauí estão usando para resumir mais uma "negociação" entre a direção do Sinte-Pi e assessores do Palácio de Karnak. Após o sindicato apresentar uma "pauta extensa", numa reunião ocorrida nesta segunda-feira (16), recebeu mais uma vez como respostas: divagações, promessas e a certeza, nas palavras de nota no próprio portal da entidade sindical:
"Piso nacional do magistério será implementado apenas para quem ganha abaixo do valor [a ser] apresentado em 2025, o que irá aprofundar a desvalorização docente". (Trecho de nota do Sinte-PI, 16/12/2024). Grifos nossos.
Nada garantido
Além do que está dito em relação ao piso dos professores, todas as demais pautas específicas da categoria também continuarão num limbo: promoções, carreira, gratificação de tempo integral, concurso público, adicional noturno e extraordinário, abono de férias de 45 dias, gratificação de área de risco e de tempo integral etc.
Tudo ficou no "vamos ver para o próximo ano", o que aliás é o que foi dito no início de 2023, quando o governador Rafael Fonteles (PT) assumiu o mandato. Desse jeito, enquanto houver próximo ano...
Perdidos no tempo
A direção desse sindicato não tem capacidade de representar bem sua base e está sempre sendo engolida pelo governo. São dirigentes que se perderam no tempo, desqualificados do ponto de vista da capacidade de argumentação, e que gostam dos seus eternos mandatos sindicais apenas porque estes lhes trazem enormes regalias materiais.
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Negócio é gerenciar a grana
Basta ver que o Sinte-PI tem receitas de cerca de R$ 15 milhões por ano, gerenciadas por uma presidenta que já está no segundo mandato e defendeu mudança no estatuto da entidade para tentar se reeleger. O dinheiro tem também o controle do tesoureiro Manoel Rodrigues, este em postos-chave na entidade desde os anos 1980. Quanto mesmo das verbas dos filiados é usado de fato para mobilizar os trabalhadores em educação e combater de forma séria as políticas de arrocho do governo?
É preciso mudar. Ou, do contrário, não é a luta que vai continuar, como diz a direção do Sinte-PI. É o fracasso de sempre que vai permanecer.
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