PSTU diz que Lula atrapalha lutas contra o fim da aposentadoria, é rejeitado pela maioria do povo e não merece defesa! Saiba mais...

18/03/2017
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula | Original em preto e branco
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula | Original em preto e branco

Por Landim Neto* | Dos partidos legalizados de esquerda, o PSTU é seguramente hoje o mais sem noção. Após lançar em 2015 a tresloucada campanha "Fora Todos", cujo objetivo-alvo era dar uma mãozinha ao "Fora Dilma" e ao "Entra Temer", agora publica hoje (18) editorial em seu site onde diz que Lula atrapalhou as mobilizações do 15 de março, é rejeitado pela maioria do povo e não merece a defesa dos trabalhadores. 

Alguém que não conheça mais de perto essa organização, pode perfeitamente pensar que ela está alugada pelo atual (des)governo, a quem aliás o PSTU diz que é legítimo e não fruto de um golpe de Estado. Mas não é caso de corrupção. É só um problema de demência intelectual mesmo.

No texto, como ardoroso defensor do golpismo que trouxe a possibilidade real de os trabalhadores perderem conquistas de quase um século, o PSTU, como muleta da Globo, FIESP e do próprio Temer, repete o que a chamada 'grande mídia alerdeia diariamente: "Mais de 50% não apoiam 'Lula 2018', muito menos "volta, Dilma".  E, para tentar confundir inocentes, afirma também: "Hoje, 90% estão contra Temer e as reformas e a favor de uma greve geral."

Ou seja,  infiltrado nas mobilizações contra o (des)governo, na prática atua de dentro do movimento para manter Temer e seu bando no Planalto, embora com um discurso maqueado de esquerda.

A raivinha específica do PSTU em relação a Lula é porque ao petista foi dada a palavra final no ato da Avenida Paulista. Sobre isso, diz: "Dar a Lula o fechamento do ato não fortalece a luta. Tentar transformar uma ação unitária contra as reformas em palanque para a eleição de 2018 enfraquece e divide."  

E continua: "Por isso, não deve ser Lula a fechar ato nenhum. Se falar, deve falar como qualquer outro. Deve ser muito claro que o ato não é seu, nem em sua defesa." (Grifo nosso). Parece até o Sérgio Moro psicografado.

Sem desmerecer ninguém entre os presentes na Paulista no dia 15, inclusive do próprio PSTU, quem este partido queria que fechasse o ato? O Paulinho da Força Sindical? O Zé Maria? Quem, na atual conjuntura, tem mais condições de aglutinar os trabalhadores contra as reformas do (des)governo federal?

Para o bem da esmagadoria maioria dos trabalhadores, o PSTU tem influência quase zero na luta de classes no Brasil. E parece que continua cada vez mais alucinado. Em 2016, por conta desse mesmo tipo de sectarismo, perdeu quase a metade dos seus militantes.

*Landim Neto edita o Dever de Classe e é ex-militante do PSTU

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