Melhorar piso do magistério deve ser prioridade nacional

23/10/2024

Ainda que sejam preservadas particularidades das mais de cinco mil redes de ensino do país, é preciso partir de um piso mais robusto, garantido no todo em parte pelo Governo Federal, com garantias também de menor jornada em sala de aula

Compartilhe!

PROCURAR

Apoie o Dever de Classe ou a página será desativada, pois não temos patrocinadores e estamos com dificuldades para atualizar o site regularmente! A hospedagem, template e o domínio são pagos. Além disso, há também custos com edição, internet, aplicativos de imagens e assinatura de outros portais, onde buscamos informações para melhor lhe apresentar nossas publicações. Passe um pix de qualquer valor para pix@deverdeclasse.org (João R P Landim Nt)

Ou:

Pix Vakinha

3435969@vakinha.com.br

João Rosa Paes Landim Neto 

Pix PagBank

contato@deverdeclasse.org

João Rosa Paes Landim Neto 


s professores estão doentes! O livro "Seminários — trabalho e saúde dos professores: precarização, adoecimento e caminhos para a mudança", lançado em 2023, "mostra estudos de pesquisadores apontando que muitos docentes têm adoecido por transtornos mentais, como síndrome de burnout, estresse e depressão, tanto na rede pública quanto na rede privada. Sintomas físicos também foram citados, como os distúrbios de voz e lesões nos músculos, tendões ou articulações." (Portal CNTE, 15/10/2024, Dia do(a) Professor(a)).

Leia também:

Reducionismos à parte, esse quadro preocupante de adoecimento crescente de educadores no Brasil tem uma causa maior: carga excessiva de trabalho, com jornada diária dupla e até tripla a que muitos se submetem — com o fito de obter uma melhor remuneração. 

Tal situação é no mínimo uma vergonha para um país que ocupa "a 9ª posição no ranking de maiores economias do mundo em 2024, com PIB de US$ 1,02 trilhão, ficando na frente de grandes países, como: Canadá, Rússia e México." (Portal Genial Investimentos, 9/9/2024). O presidente Lula (PT) tem festejado bastante isso.

A realidade ruim do magistério brasileiro, no entanto, pode e deve mudar, a partir de um piso salarial mais robusto para a categoria, garantido no todo em parte pelo Governo Federal, com garantias também de menor jornada em sala de aula. É isto que vai garantir aos docentes uma vida com mais saúde, sob todos os aspectos que esse termo pode abarcar. E já existem propostas em tramitação a tal respeito.

Continua, após a sugestão de matérias

Sobre mudanças para melhor na vida dos professores da Educação Básica no Brasil, destaco três, que podem perfeitamente se fundirem numa só: 

  1. Federalização, PL 2.286/2015, do ex-senador Cristovam Buarque;

  2. Projeto de Lei nº 138/2022, do senador Randolfe Rodrigues (PT);

  3. Proposta de mínimo do Dieese, apresentada informalmente aqui mesmo no Dever de Classe.

Essas três iniciativas, como regra geral, aprimoram os ganhos do magistério, pois tomam como referência um salário-base bem maior, além de plano de carreira mais atraente, caso da primeira. 

Destaque-se também que ambas imputam ao Governo Federal a responsabilidade de pagar tal remuneração maior aos educadores, seja no todo (proposta 1), ou em parte, propostas 2 e 3). Um excelente avanço, seria.

O fato é que ainda que se preserve particularidades das mais de cinco mil redes de ensino do país, é preciso partir, reiteramos, de um piso nacional mais robusto, garantido no todo em parte pelo Governo Federal, com garantias também de menor jornada em sala de aula. 

O que não dá mais é para termos docentes mal pagos e adoecidos em todo o Brasil. Não condiz com a pujança de nossa economia, e muito menos com a importância que um(a) educador(a) deve ter. Melhorar piso do magistério deve ser prioridade nacional.

Compartilhe!



Tópicos relacionados:


PROCURAR

Mais recentes sobre o tópico piso do magistério:

Anuário do Todos pela Educação mostra que, embora tenha crescido, rendimento médio mensal dos profissionais do magistério da Educação Básica das redes públicas, com Ensino Superior, é 14% menor que o rendimento de outros profissionais assalariados com o mesmo nível de escolaridade

Teor oficial do corte de gastos ainda permanece nos bastidores, "mas é possível que traga dificuldades para o setor da Educação, embora correção de 2025 deva acontecer normalmente em janeiro", pondera especialista

"Validação recente de emenda constitucional pela Suprema Corte não interfere de forma automática no piso dos professores, e reajuste anual previsto para janeiro está garantido, com expectativa de índice maior que o deste ano", esclarece jurista