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PL que muda Piso do Magistério já tramita na Câmara
Medida acrescenta artigo 6º à Lei 11.738/2008 — para punir de forma rigorosa prefeitos e governadores que descumprirem o reajuste anual dos professores.
Educação | Já está na Mesa Diretora da Câmara o Projeto de Lei (PL nº 224/2023), de autoria do deputado federal Rogério Correia (PT-MG). Medida acrescenta artigo 6º à Lei 11.738/2008 — para punir de forma rigorosa prefeitos e governadores que descumprirem o reajuste anual dos professores.
Muito importante
É uma iniciativa importantíssima. A lei do piso nacional do magistério não prevê sanções a quem nega os reajustes anuais dos educadores, ratificado em janeiro pelo MEC em 14,95% e R$ 4.420,55% — no mínimo — para jornada de até 40 horas semanais.
Recursos barrados
"Se até hoje descumpriram os reajustes sem que a lei do piso pudessem lhes pegar, agora será diferente, pois infratores terão recursos barrados pelo governo federal", diz o jurista Cézar N Sousa, consultado pelo Dever de Classe. Após o anúncio, ele explica melhor a questão.
Por que esse PL do deputado Rogério Correia é importante para os professores?
Porque preenche uma lacuna muito grande na lei do piso nacional do magistério: ausência de punição a quem descumpre os reajuste anuais do piso dessa categoria. Lei sem sanção a quem a descumpre, não funciona no Brasil.
E como será a punição aos infratores?
Será naquilo que prefeitos e governadores são mais sensíveis: recursos da União para seus estados e municípios.
Como assim?
O PL diz o seguinte:
Art. 2º: A Lei nº 11.738, de 16 de julho de 2008, passa a vigorar acrescida do seguinte artigo:
- "Art. 6º-A. O ente federado que não cumprir o pagamento do piso
salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público
da educação básica ficará impedido de receber recursos de
transferência voluntária do Governo Federal enquanto não regularizar a
situação." (Grifos do jurista).
Continua, após o anúncio.
Precisa explicar mais? Recursos de transferência voluntárias são verbas milionárias que a União repassa rotineiramente a estados e municípios sem, no entanto, obrigação legal de fazê-lo. Ou seja, se o gestor descumpre a lei do piso, o governo federal não mandará mais esses recursos. Para o prefeito ou governador, será mais lucrativo cumprir a lei do magistério, podem ter certeza.
Essa mudança tem condição de ser aprovada, em sua avaliação?
Sim. O autor é deputado do PT, Lula é o Presidente da República. Há, sim, total condição de que seja aprovada.
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