Índice de atualização do piso nacional dos professores, bem como valor nominal, deve sair no final de dezembro ou início de janeiro, e tende a ser maior que esse percentual divulgado nesta quinta-feira pelo Dever de Classe. Confira tabela, ao final da matéria.
Docentes no PI em dúvida sobre reajuste dos servidores
Direção do Sinte não explica nada. Está mais ocupada em mudar o estatuto da entidade para garantir privilégios próprios para si no sindicato.
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Atualizada sexta-feira, às 11:17
Temos recebido várias ligações e e-mails de professores da Rede Estadual do Piauí, com questionamentos sobre a mensagem de reajuste salarial enviada pelo governador Rafael Fonteles (PT) à Assembleia Legislativa (Alepi) e aprovada por unanimidade pelos deputados, na quarta-feira (6). Atualização proposta pelo Executivo é de apenas 5,35%, para implantação em maio.
Na mesma mensagem, o governo trata também da correção do piso nacional do magistério e diz:
Art. 4º Fica atualizado o valor do piso salarial profissional estadual para
os profissionais do magistério público da educação básica ocupantes de cargo
efetivo para R$ 4.580,57 (quatro mil, quinhentos e oitenta reais e cinquenta e sete
centavos), com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2024.
O efeito financeiro desse Art. 4º já está, desde janeiro, nos contracheques das classes A à SE Nível I. Todas receberam 3,62% de reajuste para chegar aos R$ 4.580,57 deste ano. A Classe SE Nível II teve um percentual menor (1, 77%), e as demais não tiveram nada.
Dúvida
Qual a dúvida dos professores? A dúvida é se quem já recebeu os R$ 3,62% receberá também o índice de 5,53% proposto para maio pelo governador e aprovado pelos deputados. Ou, mais especificamente: se a mensagem do governador Rafael Fonteles traz essa garantia ou não.
Direção do Sinte-Pi não explica nada
Outro problema nessa questão é a direção do Sinte-Pi, que não produz matérias claras em suas redes de comunicação para tirar as dúvidas da categoria. Está mais ocupada em mudar, ilegal e imoralmene, o estatuto da entidade para garantir privilégios próprios para si no sindicato.
Diante de tal inércia sindical, o Dever de Classe fez algumas consultas e expõe, após o anúncio.
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Ponderações
Via e-mail, um colega jurista, que também é professor (pede para não se identificar), diz que, pela mensagem aprovada na Alepi, mesmo quem já recebeu os 3,62% em janeiro deve ter direito em maio, cumulativamente, aos 5,35% aprovados agora pelos parlamentares. Ele pondera que esses 3,62% do início do ano é só a atualização do piso nacional do magistério, que é pago com recursos do Fundeb. O próprio Art. 4º da lei usa esse termo "atualização". O que o governador Rafael Fonteles propôs e a Alepi aprovou foi um aumento linear para todo o pessoal da administração direta do Executivo. Logo, todos que se encaixem na lei, devem receber, inclusive o magistério, que já está com o piso atualizado, pronto para receber os 5,35%.
Diferente
Por outro lado, o professor Paulo Sérgio, que colabora com artigos para o Dever de Classe, tem entendimento diferente.
Ele diz:
"Essa lei [aprovada na Alepi] é subjetiva, então dá abertura para que o governo cumpra do jeito que ele quiser, no caso dos professores, na minha opinião todos terão os 5, 35% a partir de maio, só que alguns professores já tiveram algum reajuste para complementar o piso, no meu caso passou de R$ 4.500 para R$ 4.580, um reajuste de 1, 77%, então suponho que em maio o governo só irá reajustar em 3, 58% que é o que falta para se chegar aos 5, 35%. Os professores das classes A e B que já receberam 3, 62% em janeiro irão receber 1, 73% que é o que falta para se chegar aos 5, 35%. De acordo com a fala do governador nenhum servidor receberá acima de 5, 35%."
Continua, após o anúncio.
O professor Paulo Sérgio Continua:
"Por que quem já recebeu 3, 62% e em maio receber mais 5, 35% aí dá 8, 97%. E o governador falou que ninguém receberá acima de 5, 35%."
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