Publicação traz importantes dados sobre os docentes, como salário, carreira e formação
Cinco motivos para revogar o novo Ensino Médio
Reforma precariza maioria das disciplinas, traz mais dificuldades aos professores e piora a formação geral do aluno.
EDUCAÇÃO | Cria do ex-presidente Michel Temer, o novo Ensino Médio foi oficializado em 2017, através da Lei nº 13.415/17. Reforma, contudo, só começou a vingar mesmo em 2020, início da pandemia de Covid-19 — já no governo de Jair Bolsonaro.
Sem discussão
Pela forma como foi gestada — sem discussão com a comunidade escolar e sociedade — mudança para pior nasceu fadada ao fracasso. Em pouco tempo se descobriu que não passa de um trambolho "educacional" — que precariza a maioria das disciplinas, traz mais dificuldades aos professores e piora a formação geral dos alunos, sobretudo da escola pública.
Após o anúncio, apresentamos cinco motivos para que esse novo Ensino Médio seja revogado.
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Novo Ensino Médio deve ser revogado por cinco motivos:
Não foi discutido com a comunidade escolar e sociedade, sobretudo com os milhões que estão nas escolas públicas.
Michel Temer entrou na presidência através de um golpe em 2016. Em 2017, aprovou a lei. O presidente Jair Bolsonaro assumiu em 2019 e, em 2020, em pleno início da pandemia de Covid-19, começou a pôr a reforma em prática. Assim, quem participou mesmo da elaboração e início da execução do projeto? Apenas os dois governos citados e grupos empresariais, como a Fundação Lemann, o Instituto Unibanco, a Fundação Itaú, o Instituto Natura, entre outros capitalistas de grande peso. Alguém acredita que essa turma toda aí tem compromisso com aluno ou professor de escola pública? Cremos que não. Na prática, esse novo Ensino Médio é apenas mais uma engenharia pensada por grandes capitalistas — para adequar alunos e profissionais da educação à nova e mais difícil realidade do mundo do trabalho, onde — para a maioria —não haverá direitos e/ou qualidade no emprego.
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Precariza a maioria das disciplinas e torna obrigatórias nos três anos de curso apenas duas: Português e Matemática, ainda assim, com carga horária reduzida.
Reforma reduz drasticamente a carga horária de disciplinas fundamentais como História, Geografia, Artes, Filosofia e Sociologia. Em "compensação", aluno terá aulas dos chamados "itinerários formativos" e matérias "eletivas", como: "O que rola por aí?", "Brigadeiro caseiro", "Sonhando alto", "Projeto de Vida" e "Ensine o seu louro a falar".
Aumenta a distância entre os alunos das escolas públicas e privadas, pois estas últimas continuarão a focar em todas as disciplinas tradicionais, essenciais para o ENEM, vestibulares e outros concursos públicos.
Imagine um aluno que não viu nada ou quase nada de História, Geografia Sociologia ou Filosofia, por exemplo, mas aprendeu a fazer brigadeiro caseiro e o louro a falar... Será que terá chances no Enem? Aí só se tiver tido também uma nova disciplina chamada: "Como passar no exame sem ter visto as matérias".
Traz mais dificuldades aos professores, pois terão de ministrar aulas das novas e esquisitas "disciplinas", além de que terão também de pegar mais turmas para cumprir a carga horária em que trabalham.
Imagine um professor de Biologia, Física ou Química, por exemplo, tendo de assumir aulas das tais matérias eletivas para honrar sua carga horária... Quantas turmas terá de pegar? Como ficará seu horário? Dará para cumprir tudo em apenas uma ou duas escolas ou se tornará um docente ambulante? E o conteúdo, terá suporte pedagógico para se adaptar?
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A médio prazo, fará com que milhares de vagas para professor sejam desnecessárias no País.
À medida que apenas Português e Matemática serão obrigatórias no Ensino Médio, e que também a reforma abre brechas para pessoas com "notório saber" — sem licenciatura — assumir disciplinas tradicionais, menos docentes precisarão ser formados e contratados. Com o tempo, professores poderão ficar quase que restritos às escola particulares, que — reiteramos — não vão seguir esse novo Ensino Médio.
Portanto, não dá para continuar com essa reforma: "É preciso revogar essa merda", nome da nova disciplina que já sugerimos para resolver o problema.
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