Anuário do Todos pela Educação mostra que, embora tenha crescido, rendimento médio mensal dos profissionais do magistério da Educação Básica das redes públicas, com Ensino Superior, é 14% menor que o rendimento de outros profissionais assalariados com o mesmo nível de escolaridade
Estudo compara salários de professores aos de outras categorias
Anuário do Todos pela Educação mostra que, embora tenha crescido, rendimento médio mensal dos profissionais do magistério da Educação Básica das redes públicas, com Ensino Superior, é 14% menor que o rendimento de outros profissionais assalariados com o mesmo nível de escolaridade
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O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024, publicado dia 13 deste mês pelo "Todos pela Educação" — revela que os salários dos professores brasileiros continuam abaixo dos de outras categorias com mesma escolaridade. Diz o documento que, enquanto o rendimento médio mensal dos profissionais do magistério das redes públicas, com Ensino Superior, chegou a R$ 4.942 em 2023, ganhos de outros assalariados com o mesmo nível de escolaridade foi de R$ 5.747 nesse mesmo ano. Ou seja, docentes
receberam 86% do valor conquistado por outros trabalhadores de mesma titularidade, 14% a menos.
Diferença já foi maior
Anuário mostra que disparidade já foi maior. Em 2013, revela o "Todos pela Educação", professores ganhavam 71% do que recebiam os profissionais citados. Diferença diminuiu em 15%.
Piso do magistério
Embora o Anuário não tenha apresentado razões para o rendimento médio do magistério ter melhorado de 2013 para 2023, talvez isto se explique pelos reajustes do piso nacional da categoria. Nesse período, atualização salarial cresceu acima da inflação, com exceção de 2021, quando a correção foi de 0%, para taxa inflacionária do ano anterior de 4,52%.
Veja (%):
2013
Reajuste do Magistério: 13,01
Inflação de 2012: 5,84
Diferença: +7,17
2014
Reajuste do Magistério: 8,32
Inflação de 2013: 5,91
Diferença: +2,41
2015
Reajuste do Magistério: 13,01
Inflação de 2014: 6,41
Diferença: +6,6
2016
Reajuste do Magistério: 11,36
Inflação de 2015: 10,06
Diferença: +1,3
2017
Reajuste do Magistério: 7,64
Inflação de 2016: 6,29
Diferença: +1,35
2018
Reajuste do Magistério: 6,81
Inflação de 2017: 2,95
Diferença: +3,86
2019
Reajuste do Magistério: 4,17
Inflação de 2018: 3,75
Diferença: +0,42
2020
Reajuste do Magistério: 12,84
Inflação de 2019: 4,31
Diferença: +8,53
2021
Reajuste do Magistério: 0 (ZERO)
Inflação de 2020: 4,52
Diferença: -4,52
2022
Reajuste do Magistério: 33,24
Inflação de 2021: 10,06
Diferença: +23,18
2023
Reajuste do Magistério: 14,95
Inflação de 2022: 5,79
Diferença: +9,16
Fontes: Agência Brasil, Banco Central, MEC
Estadão mostra tabela com diferenças salariais
O jornal paulista Estadão (13) também fez uma matéria sobre o Anuário do Todos pela Educação e expôs tabelas e gráficos sobre a questão salarial dos professores da Educação Básica no Brasil. Confira:
Em comparação com outras profissões, o salário de um professor no Brasil equivale a menos da metade da remuneração média de advogados, médicos e engenheiros, que passam dos R$ 10 mil. E fica abaixo também da dos policiais com ensino superior. Professor ganha quase o mesmo do que psicólogos e enfermeiros, segundo a tabulação feita pelo Todos a partir dos dados da Pnad, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)."
(Em reais)
Profissões
- DIREITO (advogados, juristas, juízes): 13.943
- MÉDICO: 13.013
- ENGENHEIRO: 10.459
- ECONOMISTA: 9.354
- POLICIAL: 7.753
- JORNALISTA: 6.038
- *ASSALARIADOS COM ENSINO SUPERIOR: 5.747
- PROFESSOR(A): 4.943
- PSICÓLOGO: 4.865
- ENFERMEIRO(A): 4.840
Fontes: PNAD C-2º trimestre 2023 / IBGE. Cálculos do Todos pela Educação / Infográfico Estadão
*Média dos profissionais, exceto professores. Obs: comparação salarial para carga de 40 horas semanais
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