Vacina acaba e governo diz que não há previsão de envio de novas doses para todo o Brasil

17/02/2021

Problema é resultado da política negacionista do presidente Jair Bolsonaro, que deliberadamente dificultou a compra do imunizante e apostou em "tratamento preventivo" à base de substâncias ineficazes e até perigosas, como a cloroquina e ivermectina.

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Presidente Bolsonaro e ministro Pazuello: Negligência no combate ao vírus. Foto: Agência Brasil.
Presidente Bolsonaro e ministro Pazuello: Negligência no combate ao vírus. Foto: Agência Brasil.

Saúde | Matéria do Globo (17) diz que três capitais — Rio, Salvador e Cuiabá — já interromperam a vacinação contra Covid-19 por falta do imunizante. "Outras quatro devem parar até a próxima semana, sem que o governo federal apresente uma previsão para novas entregas às unidades da federação", diz também o jornal da família Marinho. Ou seja, os 26 estados e o Distrito Federal terão que contar apenas com a sorte para combater a pandemia.

Problema é resultado da política negacionista do presidente Jair Bolsonaro, que deliberadamente dificultou a compra da vacina e apostou em "tratamento preventivo" à base de substâncias ineficazes e até perigosas, como a cloroquina e ivermectina. Continua, após o anúncio.

Demissão do ministro não resolve

Diante do agravamento da doença e da escassez de vacina, prefeitos já pedem até a demissão do ministro Eduardo Pazuello. Em nota pública, a Confederação Nacional de Municípios diz que Pazuello tem de ser substituído "para o bem dos brasileiros". Continua, após o anúncio.

Impeachment

Retirar apenas Eduardo Pazuello não resolve. O causador maior do problema é o presidente Jair Bolsonaro. Ele precisa sofrer impeachment, só assim o País se livra desse desgoverno maldito e de todos os seus ministros. Bolsonaro e toda sua equipe não têm o menor apreço pela vida alheia, sobretudo quando se trata dos mais pobres. 

O infográfico abaixo mostra um quadro geral da vacinação, inclusive com os grupos localizados como prioritários pelo Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde.

*O Brasil e a vacina contra a Covid-19

População: 211,8 milhões - IBGE 2020. Cada pessoa deve tomar duas doses, num prazo de 21 dias. 

Para imunizar 100% da população, são necessárias 445 milhões de doses, já com previsão de perda de 5% na logística do armazenamento e transporte.

Mas há quem diga que as condições sanitárias seguras viriam com imunização de 60 a 70 por cento do povo.

Com estes percentuais, a necessidade de doses cairia de 445 milhões para 311 milhões. Continua, após o anúncio.

O ilusório e fantasma Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê a vacinação de — apenas — 49,7 milhões de pessoas, divididos em 03 Grupos, necessitando de 104,3 milhões de doses.

No primeiro grupo estão: trabalhadores de Saúde; pessoas de 75 anos ou mais; pessoas de 60 anos ou mais institucionalizadas; população indígena aldeado em terras demarcadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas.

O segundo e terceiro grupos são formados por: pessoas de 60 a 74 anos e os portadores de Morbidades: Diabetes mellitus; hipertensão arterial grave; doença pulmonar obstrutiva crônica; doença renal; doenças cardiovasculares e cerebrovasculares; indivíduos transplantados de órgão sólido; anemia falciforme; câncer; obesidade grave (IMC≥40).  

O Brasil, segundo dados das secretarias estaduais de saúde — só vacinou até agora 5,2 milhões de brasileiros. País ocupa a 60ª posição no ranking mundial de vacinação. Quem não é de grupos prioritários, portanto, deve manter estoque de máscaras, álcool em gel e isolamento social. O contágio continua alto e, se depender do capitão, a fila não vai andar. É só bomba em cima da maioria do povo.

*Com dados de José Professor Pachêco, docente e advogado.

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