CNTE exige que instituto divulgue com urgência as informações pendentes para evitar maiores prejuízos à educação básica do país
R$ 4.420,55 do magistério é só o salário-base; entenda
Para tentar enganar a opinião pública e até os docentes, governadores e prefeitos costumam juntar eventuais vantagens dos professores para dizer que já pagam o piso nacional do ano. Não pode. Especialista explica a questão.
Educação | O piso nacional do magistério para 2023 é R$ 4.420,55. Este é o valor nominal que, no mínimo, cada trabalhador da educação amparado na Lei Federal 11.738/2008 já deveria estar recebendo desde primeiro de janeiro.
É importante entender que tal valor-nominal refere-se — única e exclusivamente — ao salário-base de cada um, sem considerar quaisquer vantagens que por ventura o educador venha a ter, como gratificação de regência de classe, auxílio-transporte, alimentação ou outros incentivos.
Cuidado!
Ocorre que, para tentar enganar a opinião pública e até os docentes, governadores e prefeitos costumam juntar essas eventuais vantagens dos professores para dizer que já pagam o piso nacional do ano. Cuidado! Não pode.
Após o anúncio, o economista Cláudio N Sousa — consultado pelo Dever de Classe — explica a questão.

O que é o valor nominal do piso do magistério?
Valor nominal é a quantia mínima que se chega após crescimento (14,95% neste ano) do custo aluno dos dois anos anteriores. No caso de 2023, valor nominal mínimo a que se chegou após correção de 14,95% é R$ 4.420,55. Na prática, R$ 4.420,55 é o valor do piso nacional do magistério para 2023. É o que a gente conhece como salário-base, sem a inclusão de quaisquer outras vantagens. Neste ano, ninguém que esteja amparado na lei do piso pode receber menos que esse valor como salário-base.
Explique melhor...
Vamos supor que um professor tenha em seu contracheque (R$):
- salário-base: 3.845,63 (piso de 2022);
- gratificação de regência de classe: 800,00;
- auxílio-alimentação: 400,00.
- TOTAL BRUTO: 5.045,63.
Neste caso, o total bruto do professor — R$ 5.045,63 — ultrapassa o valor nominal mínimo do piso para este ano: R$ 4.420,55. Isto significa que o gestor já está cumprindo a lei do piso? De modo algum. O total bruto é a remuneração, ou seja, o salário-base mais as vantagens. E a lei é do piso, não da remuneração. Para efeito do valor nominal do piso, vantagens não entram.
O que isto significa? (Ver após anúncio).
Isto significa que o gestor terá que — obrigatoriamente — aplicar os 14,95% em cima do salário-base de R$ 3.845,63 desse professor — para que se chegue ao valor nominal do piso neste ano: R$ 4.420,55.
E quem já tem salário-base igual ou superior a esse valor nominal de R$ 4.420,55 deste ano?
Quem está nessa situação, deve receber o reajuste linear de 14,95% no salário-base do mesmo jeito, para evitar nivelamento por baixo e achatamento das carreiras. A lei do piso fala inclusive em reformulação dos planos de remuneração e carreira do magistério para que se adequem a tal legislação. O que não pode, em hipótese alguma, é juntar eventuais vantagens ao salário-base do professor para dizer que já paga o piso estabelecido do ano.
Relacionadas:
- Professores decidem não iniciar ano letivo até que reajuste (14,95%) seja pago
- Piauí pode entrar em greve pelo reajuste do magistério
- Fundeb permite verbas acima de 70% para pagar magistério
- Projeto prevê que União pague 1/3 do piso dos professores
- Reajuste do magistério deve ser linear, e não escalonado; entenda
Aguarde mais informações!
Compartilhe e curta abaixo nossa página no Twitter e Facebook, para receber atualizações sobre este tema. E aproveite também para deixar uma pequena doação ao nosso site.
Ajude com uma pequena doação de qualquer valor. Temos custos a pagar todos os meses e, para manter nossas publicações atualizadas, precisamos de seu apoio. Se não quiser ou não puder doar, continue a nos acessar do mesmo jeito. Gratos.
Chave para Pix
E-mail: pix@deverdeclasse.org - João R P Landim Nt
Colabore no Vaquinha
PIX
E-mail: 3435969@vakinha.com.br
Mais recentes sobre educação
Isenção de IR para professor e União bancar 1/3 do piso do magistério | Resultado de enquetes
Maioria dos internautas votou favorável aos dois temas de interesses dos profissionais do magistério
Após aval do STF para privatização de escolas no estado de São Paulo, prefeitos e outros governadores podem querer ampliar projeto para todo o país; iniciativa, a médio prazo, fará com que servidor público desapareça dos estabelecimentos de ensino; professores e demais funcionários serão contratados precariamente pelo setor privado