Toda a esquerda deve se unir a Lula em 2018 em torno de um programa socialista para o Brasil

01/01/2017
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Por Landim Neto* | Com o crescimento das forças reacionárias que deram um golpe de Estado em 2016 e querem, em termos de conquistas sociais e trabalhistas, transportar o Brasil ao início do século XX, não há, a nosso ver, saída consequente para as correntes progressistas e de esquerda do país senão se unir à candidatura Lula em 2018. 

Não se trata de gostar ou não gostar do petista. Muito menos de ser crítico ou não aos governos que ele fez. Trata-se de compreender que Lula, eleitoralmente, é o único capaz neste momento de derrotar nas urnas o PSDB e todos os demais partidos golpistas e do atraso. E com um programa socialista, evidentemente, o que seria algo progressivo.

Reeditar uma espécie de 'Frente Brasil Popular' tipo 1989 requer de todas as organizações, obviamente, uma boa disposição para o debate franco de ideias. Inclusive do PT e do próprio Lula. E um debate no sentido de compreender que o modelo neoliberal aplicado agora com mais vigor por Temer tem que ser totalmente descartado de um possível novo programa de governo encabeçado pelo líder maior do Partido dos Trabalhadores.

Neste sentido, é preciso deixar muito claro à população que todas as privatizações da era FHC serão revogadas. É preciso deixar bem claro à população que se suspenderá o pagamento da eterna dívida pública e se fará auditoria na mesma, para que se saiba de forma concreta para onde de fato tanto dinheiro foi e continua indo.

É preciso deixar muito claro à população que todas as medidas de morte propostas por Temer serão relegadas aos lixões da História. PEC 55, reformas da previdência e trabalhista, privatizações... Enfim, destruir o Temer e os demais golpistas naquilo que eles defendem e representam.

É preciso deixar muito claro à população que o Estado brasileiro não pode e nem deve mais financiar poderosos grupos de comunicação, que só servem para alienar o povo e induzi-lo a aceitar passivamente os ataques dos governos de plantão. É preciso dizer que será criada e/ou fortalecida uma rede de comunicação pública, controlada de forma democrática pelo próprio povo.

É preciso deixar muito claro à população que o Brasil pode e deve se tornar uma poderosa nação socialista, onde toda a produção e economia sejam direcionadas a atender as necessidades dos trabalhadores, isto é, de quem produz, e não a ganância de meia dúzia de banqueiros e grandes empresários. E onde se faça uma reforma agrária radical, sob controle dos trabalhadores, para extinguir o latifúndio.

É preciso, enfim, unir toda a esquerda brasileira em torno da candidatura Lula e na defesa de um programa socialista para o nosso país. É uma questão tática, apenas. E de sobrevivência política não só do petismo, mais de todas as demais correntes, inclusive das mais à esquerda que creem, algumas de forma incauta, que podem facilmente se apropriar do espólio eleitoral do PT.

*Landim Neto edita o Dever de Classe e é ex-militante do PSTU

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